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23/10/2001 - 04h23

Perueiros paulistas causaram brigas em MG

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da Folha de S.Paulo

A migração de perueiros de São Paulo para Minas Gerais não se restringiu aos veículos, mas ao comportamento dos operadores. Segundo entidades do transporte alternativo, eles introduziram a idéia de controle das linhas
e provocaram brigas na região.

"Eles já chegaram querendo comandar. Não queriam deixar quem era de Belo Horizonte rodar em algumas linhas", diz Emerson Vieira Moraes, vice-presidente da Associação dos Trabalhadores do Transporte Alternativo.

"Os que eram ordeiros procuravam as entidades. Mas havia grupinhos que só vinham para desorganizar", diz Neemias de Souza, presidente da Fettraeng (Federação dos Trabalhadores do Transporte Alternativo de Minas).

Entre os bairros com maior presença de paulistas estavam Nacional, Novo Progresso e Santa Terezinha. Moraes diz ter informações de perueiros de São Paulo que ainda rodam em Belo Horizonte durante a madrugada. Eles apontam os municípios de Ribeirão das Neves e Montes Claros entre os principais alvos desses clandestinos nos últimos três meses.

"Esse pessoal que veio de fora é tarimbado, conhece as manhas para fugir da fiscalização", afirma Anísio Maria da Glória, vice-prefeito de Ribeirão das Neves.

"A gente começou a receber grupos que saíram de Belo Horizonte, mas colocamos para correr. Aqui não vai ter vez", diz Edvar Osório Pimenta, da Divisão de Transportes Públicos de Montes Claros, a 420 km da capital.

O presidente da Associação dos Perueiros da Zona Sul de São Paulo, Laércio Ezequiel dos Santos, admite a fuga de perueiros da sua região para outros Estados. "Saiu gente para tudo quanto é canto, principalmente Minas. Mas não teve nada de grupo organizado. Eles foram com as famílias."

O presidente do Sindlotação, José Célio dos Santos, afirma ter informações da migração de perueiros até mesmo para Goiás. "Quem não conseguiu se legalizar teve que sair por causa da fiscalização. Teve gente que era de fora, de Minas, Nordeste, Goiás, começou a trabalhar aqui e acabou voltando para lá", diz.

Após derrubar na Justiça as liminares que permitiam a atuação de lotações não-autorizadas, a Prefeitura de Belo Horizonte iniciou um processo para regularizar apenas 300. Para evitar os "estrangeiros", a seleção previa que eles deveriam ter morado no município nos últimos cinco anos.

Confronto
Em julho, um protesto de perueiros na região central acabou em confronto com a PM e deixou 30 pessoas feridas e 68 presas.

De lá para cá, a BHTrans fez mais de 500 apreensões e calcula que menos de 100 dos 3.000 perueiros que atuaram na capital mineira continuam em operação.

A multa para quem for flagrado é de R$ 1.000, valor baixo em comparação com a punição em São Paulo (mais de R$ 4.000). O veículo apreendido pela segunda vez, porém, não é devolvido.
(AI)
 

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