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30/10/2001 - 19h35

Mãe atira contra os três filhos, mata um e se suicida em Campinas

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MÁRIO TONOCCHI
free-lance para a Folha de S.Paulo, em Campinas

A dona-de-casa Keiko Takematsu, 38, atirou contra seus três filhos, matou um deles e depois se matou com um tiro no peito, em Campinas (95 km a noroeste de São Paulo). Os outros dois filhos ficaram feridos e um deles ainda corre risco de morrer.

O crime aconteceu por volta das 13h, no apartamento da família, de classe média, no bairro Guanabara. O marido, Cláudio Tohoro Takematsu, proprietário de uma loja de materiais de construção, não estava em casa.

A polícia ainda não sabe os motivos que levaram a mulher a tentar matar as crianças e depois se matar. A suspeita é que Keiko estava deprimida.

A polícia encontrou pregado na geladeira da casa o que pode ser um bilhete que apontaria a premeditação de um suicídio.

No bilhete, Keiko escreve: "favor dar para a Marie o Novamex que está na geladeira, 3,5 ml às 6h e às 18h. A Tamy precisa passar no médico, está com febre. Não pergunte por que fiz isso. Obrigada", e termina com a assinatura.

O professor de psicologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas Hipólito Carreton Filho disse que pessoas em estado de depressão, dependendo do grau, podem pensar em suicídio.

"Em tudo no mundo elas [pessoas em depressão] vêem o sofrimento e podem também matar entes queridos. Elas não vêem isso como homicídios, mas como uma forma de livrar os entes do sofrimento que vêem em toda parte."

Segundo a Polícia Civil, o crime ocorreu após o almoço. A empregada Francisca Brandino da Silva disse que tudo estava normal na casa pela manhã.

A empregada afirmou à polícia que Keiko almoçou com as crianças e depois foi com elas para o escritório da casa, onde começou a atirar.

A filha mais velha, Juliane Marie, 9, tentou fugir e correu para o quarto do casal, onde foi morta. O tiro atingiu a criança no lado direito do peito.

Os outros dois filhos, Cássia Tamy, 6, e Emerson Kagurino, 4, foram atingidos com um tiro cada um, mas sobreviveram.

Cássia levou um tiro de raspão na cabeça e foi levada para o hospital Mário Gatti. Ela foi medicada e está fora de perigo, segundo a assessoria de imprensa do hospital.

Já Emerson foi atingido no abdômen e seu estado de saúde é mais grave. Ele foi levado para o Hospital Alberto Sabin, onde passou por cirurgia. A operação levou três horas e seu estado é estável, mas ainda há risco.

A Polícia Civil apreendeu um revólver Taurus, calibre 38, com capacidade de cinco tiros. Foram feitos quatro disparos.

De acordo com o delegado do 3º Distrito Policial, José Carlos Paganeli, o pai das crianças comprou a arma há aproximadamente dois meses.

O irmão do comerciante Wilson Futoshi Takematsu afirmou à polícia que a arma foi adquirida por causa do medo de assaltos à sua loja, a Takematsu Materiais de Construção, que fica no bairro Jardim Campo Belo.

Na hora dos disparos a empregada disse que estava na cozinha. Quando chegou ao quarto viu a criança e Keiko já mortas.

O delegado disse que vai abrir inquérito e pedirá o exame residuográfico para saber se os disparos foram feitos por Keiko.

"Tudo indica que foi ela que atirou nas crianças."
 

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