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06/11/2001 - 19h22

Entidade ambiental chama Ibama para evitar desastre ecológico

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da Folha de S.Paulo, no Rio

Temendo que um desastre ambiental ocorra na baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro, se houver o rompimento de um dique da empresa Ingá, a Apedema (Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente) solicitou nesta terça-feira ao Ibama que realize uma intervenção no local.

O dique da empresa Ingá, que já foi a segunda maior produtora de zinco metálico do país, isola toneladas de metais pesados do mar e dos manguezais. Caso ocorra um acidente, 12 municípios abrangidos pela baía poderão ser atingidos.

Falida há três anos, a empresa abandonou ao ar livre cerca de 2 milhões de toneladas de lama misturada a metais pesados, como chumbo, zinco, cádmio e arsênio. Segundo a Apedema, é o maior depósito de lixo tóxico ao ar livre do Brasil.

Como o dique se encontra abandonado e sem manutenção desde 1997, os ambientalistas solicitaram ao Ibama a realização de uma perícia técnica para avaliar a extensão da contaminação provocada ao longo dos anos, a reparação do dique de contenção e a definição de um local adequado para instalação de um aterro industrial.

Com o período das chuvas, pode ocorrer transbordamento contínuo de metais pesados e até mesmo o rompimento do dique, que causará graves danos ao ecossistema e à população.

Providências
O presidente do Ibama, Hamilton Cazara, disse que não sabia da gravidade da situação e resolveu atender ao pedido dos ambientalistas.

Ele nomeará, por meio de publicação no "Diário Oficial" da União, na próxima semana, uma equipe de técnicos designada pela Apedema para avaliar a situação da baía de Sepetiba. Membros do Ibama e do Ministério Público também farão parte da equipe.

Outra providência será pedir ao Ministério Público Federal que inclua o Ibama em uma ação que está tramitando desde o ano passado contra a Ingá, para responsabilizar a empresa com base na Lei de Crimes Ambientais.

Como a Ingá já decretou falência, o advogado da Apedema pedirá a despersonalização jurídica da empresa para que os donos também respondam pelos danos ao ambiente.

Acidentes ecológicos
Em 1996 ocorreu um acidente no dique da Ingá, com o transbordamento de detritos industriais e o lançamento nos manguezais da baía de Sepetiba de 50 milhões de litros de água e lama misturados a metais pesados. O acidente ficou conhecido como maré vermelha.

A Ingá foi condenada em 1998, por ação do Ministério Público Estadual, a construir um depósito industrial e remover todos os detritos sólidos contaminantes que circundam o pátio industrial.
Segundo Sérgio Ricardo de Lima, 33, secretário-executivo da Apedema, mesmo com a condenação, nada foi feito.

 

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