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Promotoria denuncia à Justiça jovem suspeito de matar estudante em briga de trânsito
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da Folha Online
O promotor de Justiça Raul de Godoy, do 1º Tribunal do Júri da Capital, vai oferecer na tarde desta terça-feira denúncia contra o comerciante Ismael Vieira da Silva, 23, acusado de matar o estudante Alexandre Reyes, 18, em uma briga de trânsito ocorrida no dia 23 de maio, no Jabaquara (zona sul de São Paulo).
De acordo com o Ministério Público a denúncia será oferecida hoje pois nesta terça-feira vence o prazo da prisão temporária decretada pela Justiça.
O Ministério Público não confirmou se o promotor irá pedir à Justiça a prisão preventiva de Silva.
Crime
Reyes foi morto quando voltava de uma festa num Corsa dirigido por outro rapaz. O Corsa era seguido por um outro carro e duas motos, também com colegas de Reyes. Na avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, o Corsa teve que frear de repente porque a picape da frente, uma Montana, freou bruscamente em uma lombada.
Não houve choque, mas Silva, que dirigia a Montana, e o motorista do Corsa começaram a discutir. Em meio ao tumulto, Silva pegou a arma e atirou. Embora mirasse no motorista do Corsa, acertou Reyes. Enquanto o estudante era socorrido pelos outros amigos, Silva tentou fugir, perseguido pelo motorista do Corsa.
Na mesma avenida, o amigo de Reyes acabou perdendo controle da direção e batendo o Corsa em um poste. O rapaz foi socorrido e levado para o hospital com o nariz ferido.
No dia 27 de maio, Silva se apresentou à Polícia Civil e confessou o crime, dizendo ter agido em legítima defesa. Na ocasião, Silva foi liberado após prestar depoimento porque não houve flagrante. Em depoimento, ele disse ainda que jogou a arma usada pela janela do carro, logo após o crime. Silva só teve a prisão decretada pois, de acordo com a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo), faltou a procedimentos policiais aos quais havia se comprometido a comparecer
Reconstituição
Depois de participar da reconstituição da briga de trânsito em que matou com um disparo o estudante Alexandre Andrade Reyes, 18, o comerciante Ismael Vieira da Silva, 23, afirmou que não atirou "para matar ninguém", mas sim para afastar o jovem e os amigos dele, que ameaçavam agredi-lo.
"Eu tentei, de várias formas, entrar no carro para fugir. Eles não deixavam, seguravam. O único alerta que eu tive foi pegar a arma e disparar", disse, em entrevista concedida na 2ª Delegacia Seccional Sul.
Os peritos e policiais reconstituíram o crime conforme a versão dos amigos de Reyes e conforme a versão do atirador. Os amigos de Reyes afirmam que discutiam com Silva no momento em que ele foi ao carro, pegou a arma e atirou em um deles, acertando Reyes. Silva, por sua vez, diz que Reyes e os amigos que o acompanhavam --seis, no total-- iam agredi-lo, se ele não atirasse em legítima defesa. "Se eu não tivesse uma arma, eu acho que estaria lá, estirado no chão."
Na delegacia Silva afirmou que levava a arma escondida debaixo do banco do passageiro porque já foi assaltado, já foi baleado e já teve seu carro roubado. "Eu me arrependo [do crime]. Não imaginei que ia dar tanta repercussão."
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