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27/11/2001 - 21h37

Termina rebelião no presídio Ary Franco, no Rio

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MÁRIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

Cinco agentes penitenciários e um missionário batista foram mantidos como reféns durante cerca de cinco horas, durante rebelião no presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio. Foi o quarto motim ocorrido em penitenciárias do Estado em menos de uma semana.

De acordo com o diretor do Desipe (Departamento de Sistema Penitenciário), Manoel Pedro, a rebelião _que começou às 15h30 e terminou pouco depois das 20h_ era comandada por cerca de 70 presos, da facção criminosa 1º Comando Jovem (antigo Terceiro Comando Jovem). Eles reivindicavam a transferência para outro presídio, mas acabaram cedendo e voltaram para suas celas, depois de libertar os agentes.

Manoel Pedro negou a informação divulgada pouco antes pelo presidente do Sindicato dos Servidores da Secretaria Estadual de Justiça, Josias Alves, de que a rebelião teria sido provocada por 500 presos armados da galeria A, a maioria integrante das facções criminosas Terceiro Comando e 1º Comando Jovem. Eles teriam tentado invadir a galeria E, onde se concentram prisioneiros ligados ao grupo rival Comando Vermelho.

De acordo com Alves, houve uma apreensão de 600 gramas de maconha na galeria A, pela manhã, e os presos acharam que haviam sido denunciados pelos detentos rivais.

O diretor do presídio, Dílson Valente, disse que o grande problema da unidade é a multiplicidade de facções criminosas. Valente garantiu que nenhum dos reféns sofreu ferimentos. Os quatro agentes libertados voltaram ao trabalho e só deverão deixar o presídio nesta quarta-feira.

O missionário José Luís Pinho de Mendonça, um dos reféns, disse que foi bem tratado pelos presos.

"Eles me serviram água gelada, deram uma cadeira e ainda colocaram um ventilador."

Durante a rebelião, a Polícia Militar cercou todas as ruas próximas ao Ary Franco, com cerca de cem homens. O presídio abriga 1.080 detentos.

O governo do Estado disse que não vai ceder às pressões de criminosos ou de quem quer que esteja incentivando os motins nas penitenciárias do Rio.

Na madrugada de segunda-feira, houve tumulto no presídio Vieira Ferreira Neto, em Niterói (a 13 km do Rio). Detentos queimaram colchões depois que um interno foi autuado por fumar maconha. No sábado, houve uma tentativa de fuga na casa de custódia Milton Dias Moreira, na zona oeste do Rio.

O pior incidente, entretanto, aconteceu na última quinta-feira, em Bangu 3 (zona oeste). Os 896 presos da penitenciária _considerada de segurança máxima_ se rebelaram com metralhadoras e granadas e fizeram 27 reféns, dos quais dez agentes penitenciários.

Há 18 mil presos no sistema penal do Rio de Janeiro. Até o final do ano, devem ser abertas mais 1.500 vagas, com a reforma de um presídio e a inauguração de mais uma casa de custódia.
 

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