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30/11/2001 - 18h28

Saída de diretor agrava crise no sistema penitenciário no Rio

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MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

A crise no sistema penitenciário do Rio teve mais um capítulo nesta sexta-feira com a saída do diretor do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário), Manoel Pedro da Silva. Ele solicitou afastamento alegando motivos pessoais e estresse depois de cinco rebeliões nos presídios cariocas em menos de uma semana.

Para o seu lugar, foi nomeado o coronel PM Reginaldo Alves Lima, que começará a trabalhar na segunda-feira.

Manoel Pedro tinha se demitido na noite de terça-feira, após uma rebelião no presídio Ary Franco (Água Santa, zona norte). Na ocasião, o secretário estadual de Direitos Humanos e Sistema Penitenciário, João Luiz Duboc Pinaud, não aceitou o pedido. O ex-diretor ocupará o cargo de assessor especial da secretaria.

A crise no setor foi iniciada no último 22, quando ocorreu uma rebelião no presídio de segurança máxima Bangu 3 (zona oeste) em que 27 pessoas foram mantidas reféns por cerca de 20 horas. Na ocasião, foram encontradas nas celas granadas, armas e vários telefones celulares.

A série de rebeliões provocou uma troca de acusações entre representantes do governo do Estado e agentes penitenciários. Para a polícia, haveria uma união entre presos e agentes para desestabilizar o secretário Pinaud. Em contrapartida, os agentes afirmaram que os motins eram fruto da falta de comando no sistema penitenciário e chegaram a ameaçar entrar em greve.

Pinaud afirmou hoje que pretende processar os agentes penitenciários que exibiram faixas acusando-o de ser conivente com presos que se rebelaram.

Para auxiliar os agentes em futuras crises no sistema penitenciário, o secretário anunciou a criação de uma cartilha com depoimentos de agentes que ficaram reféns nas últimas rebeliões.

O medo de novas rebeliões fez a PM (Polícia Militar) realizar ontem uma revista em massa em todos os presídios e casas de custódia do Rio.

A operação, que suspendeu as visitas, resultou em algumas confusões, como em Bangu, onde as mulheres dos detentos atiraram pedras em policiais da cavalaria.
 

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