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11/12/2001 - 07h38

Regionais falham no combate a enchentes em São Paulo

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da Folha de S.Paulo

O São Paulo Protege, plano de emergência da prefeitura para combate a enchentes, falha na ponta. As chuvas de anteontem, primeiro teste do projeto, revelaram que as administrações regionais ainda não estão preparadas para assumir seu papel na minimização das consequências dos temporais de verão.

A Folha conversou com administradores de cinco regionais atingidas pelas enchentes: Aricanduva/Vila Formosa e Mooca (zona leste), Casa Verde e Santana (zona norte) e Ipiranga (zona sul). Em apenas uma delas o SP Protege havia saído do papel.

Na Mooca, um dos três Nudecs (Núcleos de Defesa Civil, formados por voluntários da comunidade) já foi implantado; desde sábado, moradores de áreas próximas à marginal Tietê -constantemente alagadas- estão sendo avisados previamente da chuva; e há equipes de plantão.

O plano da prefeitura, implantado a partir do dia 1º, tem três eixos: informação, mobilização social e minimização das consequências das enchentes.

A dinâmica prevista é a seguinte: quando começa a chover, as administrações regionais recebem um alerta do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) via Defesa Civil; mobilizam os Nudecs, avisam os moradores de áreas afetadas e empreendem ações para redução de riscos.

Das três fases, só a primeira funciona. Os administradores entrevistados ainda nem começaram a reunir a população para formar os Nudecs e contam com equipes limitadas para lidar com as cheias.

"Ainda não montamos as equipes, tem gente da comunidade [envolvida", mas não está formalizado. Eles é que falam com a gente em casos críticos", diz Carlos Massato, administrador regional do Ipiranga, área mais atingida pela chuva de anteontem.

Durante todo o dia de ontem, vias importantes da região, como a avenida do Estado, ainda estavam cheias de lama e lixo.

José Luiz Leite, da regional da Casa Verde, também diz que as reuniões com a comunidade só começam semana que vem. Pelo menos cinco ruas da área foram alagadas pela chuva de ontem.

Para o administrador regional de Aricanduva/Vila Formosa, João José Azevedo, o São Paulo Protege funciona bem na região. Segundo ele, há só uma equipe que trata das emergências de chuva, e a regional entra em contato com "duas pessoas" da comunidade, que ficam de sobreaviso.

Hélvio Nicolau Moisés, administrador de Santana, diz que precisou adequar as necessidades à verba disponível. "Espero, a partir de março, desenvolver uma série histórica das enchentes com base nas informações da população", diz. A estimativa é montar os Nudecs da regional até o Natal.

Os próprios coordenadores do SP Protege dizem que a participação popular e a responsabilização direta dos administradores regionais pelo combate às cheias, embora considerados fundamentais para o sucesso do plano, não serão conseguidos imediatamente.

"O plano só estará tinindo no verão 2002/2003", diz Flavio dos Santos Rodrigues, superintendente do CGE. Rassan Mohamad Barakat, que representa o centro na coordenação do projeto, concorda. "É um processo que está começando nesta semana", afirma Ronaldo Figueira, coordenador-geral do SP Protege.

Segundo ele, todos os administradores receberão rádios individuais para contato direto com o CGE. "As lideranças comunitárias devem procurar as regionais para participar do processo", diz.

Mais transtornos
A chuva que atingiu a Grande São Paulo na tarde de ontem causou mais transtornos na capital: 27 pontos de alagamento (10 deles intransitáveis), 119 km de congestionamento às 19h -índice considerado alto-, árvores caídas e bairros sem energia.

As regiões mais atingidas foram leste e oeste, mas, às 16h, todas as regionais haviam sido alertadas. Em Osasco (Grande SP), ruas e casas também foram inundadas. A previsão do CGE é de mais chuvas fortes hoje à tarde.



 

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