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10/07/2000
-
03h39
ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR, da Folha de S.Paulo
Recomeça amanhã o julgamento do goiano Wedson Rosa de Morais, 36, que pode ser condenado à morte por um tribunal da Califórnia (Costa Oeste dos EUA).
Numa primeira fase do processo, ele já foi considerado culpado de duplo homicídio. Falta agora definir a pena -prisão perpétua ou execução por injeção letal. Seria o primeiro brasileiro sentenciado à pena capital, desde o século passado, em qualquer parte do mundo.
No dia 13 de janeiro de 1997, Wedson matou a facadas o casal de professores Gerrald e Amelia Hunt, ambos de 79 anos, que eram avós da mulher dele, a americana Jean Cardoza. Ele vivia de favor na cada das vítimas e se dizia constantemente humilhado por elas. Foram cerca de 30 golpes em cada uma.
A etapa final do julgamento começou dia 8 de maio, mas foi suspensa a pedido do advogado de defesa, Nicholas Palmisano, que alegou vazamento para a promotoria do laudo médico sobre Wedson. O juiz aceitou a moção do defensor, e mandou substituir o psiquiatra.
"O julgamento deve levar a semana toda", diz Jairo Collier, diplomata indicado pelo Consulado do Brasil em San Francisco para acompanhar o caso. Segundo Collier, que tem falado com o réu pelo telefone, Wedson está "muito triste, muito deprimido". Logo depois de ser preso, chegou a tentar o suicídio.
Se for condenado à execução, o brasileiro terá diante de si uma longa sucessão de recursos, que levaria pelo menos dez anos -período conhecido pelos norte-americanos como "corredor da morte".
A primeira instância de apelação é a Suprema Corte da Califórnia (equivalente aos Tribunais de Justiça estaduais do direito brasileiro). Depois vem a Suprema Corte Federal e, por fim, o governador do Estado, que poderá conceder o perdão e, assim, livrá-lo da execução.
O julgamento acontece na pequena cidade de Modesto, interior da Califórnia, mesma região onde o crime aconteceu. A defesa tentou, sem sucesso, transferir o caso para San Francisco, em busca de jurados mais isentos.
Os crimes de Wedson têm vários agravantes, segundo a lei californiana. Além de terem acontecido por motivo torpe (uma dívida de combustível de R$ 1.200), foram premeditados (ele chegou a trocar de faca duas vezes, quando as pontas dobraram depois de golpes mais fortes).
Uma das testemunhas-chave da defesa é uma tia de Wedson, Luzinete de Morais Veríssimo, que dirá à corte que a família do réu tem um histórico de distúrbios mentais. A viagem de Luzinete, de Goiás aos EUA, foi custeada pelo condado (região administrativa) onde transcorre o processo.
Wedson de Morais veio para os EUA em 1982. Casou-se com a professora Jean Cardoza e teve com ela dois filhos: Naio, 7, e Tavio, 5. Passaram vários anos entre o Brasil e os EUA. Depois de muitas discussões, fixaram na Califórnia, porque Jean não se acostumava à "pobreza" brasileira.
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Brasileiro poderá ser executado
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Recomeça amanhã o julgamento do goiano Wedson Rosa de Morais, 36, que pode ser condenado à morte por um tribunal da Califórnia (Costa Oeste dos EUA).
Numa primeira fase do processo, ele já foi considerado culpado de duplo homicídio. Falta agora definir a pena -prisão perpétua ou execução por injeção letal. Seria o primeiro brasileiro sentenciado à pena capital, desde o século passado, em qualquer parte do mundo.
No dia 13 de janeiro de 1997, Wedson matou a facadas o casal de professores Gerrald e Amelia Hunt, ambos de 79 anos, que eram avós da mulher dele, a americana Jean Cardoza. Ele vivia de favor na cada das vítimas e se dizia constantemente humilhado por elas. Foram cerca de 30 golpes em cada uma.
A etapa final do julgamento começou dia 8 de maio, mas foi suspensa a pedido do advogado de defesa, Nicholas Palmisano, que alegou vazamento para a promotoria do laudo médico sobre Wedson. O juiz aceitou a moção do defensor, e mandou substituir o psiquiatra.
"O julgamento deve levar a semana toda", diz Jairo Collier, diplomata indicado pelo Consulado do Brasil em San Francisco para acompanhar o caso. Segundo Collier, que tem falado com o réu pelo telefone, Wedson está "muito triste, muito deprimido". Logo depois de ser preso, chegou a tentar o suicídio.
Se for condenado à execução, o brasileiro terá diante de si uma longa sucessão de recursos, que levaria pelo menos dez anos -período conhecido pelos norte-americanos como "corredor da morte".
A primeira instância de apelação é a Suprema Corte da Califórnia (equivalente aos Tribunais de Justiça estaduais do direito brasileiro). Depois vem a Suprema Corte Federal e, por fim, o governador do Estado, que poderá conceder o perdão e, assim, livrá-lo da execução.
O julgamento acontece na pequena cidade de Modesto, interior da Califórnia, mesma região onde o crime aconteceu. A defesa tentou, sem sucesso, transferir o caso para San Francisco, em busca de jurados mais isentos.
Os crimes de Wedson têm vários agravantes, segundo a lei californiana. Além de terem acontecido por motivo torpe (uma dívida de combustível de R$ 1.200), foram premeditados (ele chegou a trocar de faca duas vezes, quando as pontas dobraram depois de golpes mais fortes).
Uma das testemunhas-chave da defesa é uma tia de Wedson, Luzinete de Morais Veríssimo, que dirá à corte que a família do réu tem um histórico de distúrbios mentais. A viagem de Luzinete, de Goiás aos EUA, foi custeada pelo condado (região administrativa) onde transcorre o processo.
Wedson de Morais veio para os EUA em 1982. Casou-se com a professora Jean Cardoza e teve com ela dois filhos: Naio, 7, e Tavio, 5. Passaram vários anos entre o Brasil e os EUA. Depois de muitas discussões, fixaram na Califórnia, porque Jean não se acostumava à "pobreza" brasileira.
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