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24/12/2001
-
03h59
da Folha de S.Paulo
É difícil explicar a cidade de Arroyo Concepcion, fronteira entre o Brasil e a Bolívia. O local é pobre, as lojas vivem vazias, e os adultos são desdentados.
No entanto, logo na entrada, há um toldo que abriga entre cinco e seis cambistas que passam o dia sentadas em cadeiras de praia, aguardando clientes. Na bolsa, elas carregam entre US$ 40 mil e US$ 50 mil, mas ninguém as rouba. Nas ruas, a explicação é murmurada por poucos: "Tráfico de drogas e contrabando".
Nesse lugar nasceu a versão boliviana da Pastoral da Criança, com a ajuda do voluntário Éder Zanella, 37, e de Terezinha Pereira, 50, coordenadora regional da pastoral em Corumbá.
"Já atendemos toda a periferia de Corumbá. Por que não ajudar os vizinhos?", pergunta Zanella, que sonha com um carro melhor que a Kombi dos anos 80 que o transporta para essas comunidades. O trabalho na Bolívia é feito quase "na marra". "Usamos parte do orçamento que vem para Corumbá", diz Terezinha.
Cerca de 600 crianças são atendidas no país vizinho, onde os índices de desnutrição e mortalidade infantil são quase o dobro dos de Corumbá, e as estatísticas, feitas por líderes locais, não são muito precisas.
"Nosso maior problema é a qualidade da água", diz a pediatra Aurora Serrano, 36, voluntária da pastoral. Ela explica que há muito calcário na água. Resultado: as crianças têm diarréia.
A maioria das pessoas de Arroyo Concepcion vive como a família Pilko. A filha mais velha, Viky, 12, cuida dos irmãos Josué, 3, e Vanessa, 5, enquanto os pais trabalham como vendedores ambulantes.
Viky cozinha sopa de feijão e de arroz com a mesma água com que dá banho nos irmãos. Todos recebem a multimistura, complementação alimentar oferecida pela pastoral.
Diariamente a perua do comunitário de Corumbá, que é especializado em desnutridos, pega as crianças de Arroyo Concepcion, que fica a cerca de 6 km da cidade brasileira, e as leva de volta no final do dia. O lugar funciona como um hospital-dia, por isso os pacientes dormem em casa.
Criança boliviana também é atendida em "hospitalzinho"
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É difícil explicar a cidade de Arroyo Concepcion, fronteira entre o Brasil e a Bolívia. O local é pobre, as lojas vivem vazias, e os adultos são desdentados.
No entanto, logo na entrada, há um toldo que abriga entre cinco e seis cambistas que passam o dia sentadas em cadeiras de praia, aguardando clientes. Na bolsa, elas carregam entre US$ 40 mil e US$ 50 mil, mas ninguém as rouba. Nas ruas, a explicação é murmurada por poucos: "Tráfico de drogas e contrabando".
Nesse lugar nasceu a versão boliviana da Pastoral da Criança, com a ajuda do voluntário Éder Zanella, 37, e de Terezinha Pereira, 50, coordenadora regional da pastoral em Corumbá.
"Já atendemos toda a periferia de Corumbá. Por que não ajudar os vizinhos?", pergunta Zanella, que sonha com um carro melhor que a Kombi dos anos 80 que o transporta para essas comunidades. O trabalho na Bolívia é feito quase "na marra". "Usamos parte do orçamento que vem para Corumbá", diz Terezinha.
Cerca de 600 crianças são atendidas no país vizinho, onde os índices de desnutrição e mortalidade infantil são quase o dobro dos de Corumbá, e as estatísticas, feitas por líderes locais, não são muito precisas.
"Nosso maior problema é a qualidade da água", diz a pediatra Aurora Serrano, 36, voluntária da pastoral. Ela explica que há muito calcário na água. Resultado: as crianças têm diarréia.
A maioria das pessoas de Arroyo Concepcion vive como a família Pilko. A filha mais velha, Viky, 12, cuida dos irmãos Josué, 3, e Vanessa, 5, enquanto os pais trabalham como vendedores ambulantes.
Viky cozinha sopa de feijão e de arroz com a mesma água com que dá banho nos irmãos. Todos recebem a multimistura, complementação alimentar oferecida pela pastoral.
Diariamente a perua do comunitário de Corumbá, que é especializado em desnutridos, pega as crianças de Arroyo Concepcion, que fica a cerca de 6 km da cidade brasileira, e as leva de volta no final do dia. O lugar funciona como um hospital-dia, por isso os pacientes dormem em casa.
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