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18/01/2002 - 05h09

Vôo panorâmico seria "presente de aniversário"

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da Folha de S.Paulo

Um vôo panorâmico de presente de aniversário serviu de desculpa para alugar um helicóptero no aeroporto do Campo de Marte por trinta minutos, no valor de R$ 700. Foi assim que os dois homens convenceram o taxista Nilson Gomes Pedroso a ajudá-los a conseguir a aeronave.

O convencimento começou anteontem quando um dos homens apareceu no ponto de táxi de Pedroso, próximo do aeroporto, perguntando sobre empresas de táxi aéreo. Ontem, os dois homens voltaram a procurar o taxista para tentar alugar o helicóptero. "Eles fingiram ser homossexuais", disse Pedroso.

O taxista ligou, então, para um conhecido na empresa aeromot, dono de um dos hangares, e indicou os dois homens. Eles teriam pago R$ 700 em dinheiro para um vôo da aeronave da TAP. Pelo serviço, o motorista iria ganhar R$ 15. Segundo Pedroso, os dois -um branco alto e outro moreno alto- estavam bem vestidos.

Pedroso, assim como o piloto e uma recepcionista da Aeromot, foram prestar depoimento ontem no Deic. O diretor do Deic, Godofredo Bittencourt, não quis comentar ontem se os dois homens apresentaram alguma documentação para alugar a aeronave. Um funcionário do hangar, que também estava ontem no Deic, mas não quis se identificar, disse que, em virtude da concorrência, muitas empresas acabam não fazendo as exigências na hora de alugar uma aeronave.

Até o final da noite, eles não tinham conseguido elaborar um retrato-falado dos dois homens.

em Guarulhos ontem A Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) e o 4º Comar (Comando Aéreo Regional) negaram ontem responsabilidade sobre o sequestro do helicóptero e o resgate dos dois presos em Guarulhos.

O superintendente do aeroporto no Campo de Marte, Jaime Parreira, disse que cabe às empresas de táxi aéreo a adoção de medidas como a segurança dos hangares e exigência de documentos.

A única recomendação da Infraero é que peçam um documento de identidade do cliente, mas isso fica a critério da empresa.

O aeroporto tem 23 hangares e são feitos, diariamente, cerca de 300 pousos e decolagens. Tem partes de acesso público e áreas restritas, sob responsabilidade das empresas ou da Infraero.

O 4º Comar , responsável pelo controle aéreo no Estado de São Paulo, também negou responsabilidade no caso do resgate. Para o órgão, todas as normas de controle de vôo foram seguidas.

Segundo a assessoria do 4º Comar, o piloto notificou por escrito a viagem e informou o trajeto à torre. Por isso, o Comar não vai realizar nenhuma investigação. "As normas de controle aéreo foram cumpridas. Esse é um caso de polícia", afirmou o major Henry Munhoz Wender, da assessoria de comunicação do 4º Comar.

Para Wender, a escolha do helicóptero Esquilo foi decisiva para a operação de resgate ter dado certo. De fabricação francesa, com capacidade para o piloto e mais cinco pessoas, a aeronave atinge 200 km/h e é indicada para pousos em pequenas áreas e em situações adversas.

Os responsáveis pela Tap (Táxi Aéreo Paradela), dona do helicóptero prefixo PT-HNU, não foram encontrados para falar sobre o caso. O taxista Nilson Gomes Pedroso, 58, que trabalha próximo ao Campo de Marte, disse à polícia que, anteontem, um homem pediu informações sobre o aluguel de helicóptero. Ontem, o mesmo homem e mais um outro pegaram o táxi até o aeroporto.
 

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