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20/01/2002 - 09h44

Radioamador convoca voluntários para limpar represas de SP

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da Revista da Folha

Domingo, antes das seis da manhã, o comerciante José Maria Gama, 43, pula da cama para atender ao QAP, o chamado vindo do radioamador. Na linha, João Bosco Freitas dos Santos, 42, tem pressa no QRX, a sigla que encerra a conversa. Só quer saber do amigo se o dia é propício para o mutirão. Se for, passa à tarefa seguinte: convocar o "pessoal da limpeza".

Pelo menos duas vezes por mês, Santos e Gama, respectivamente presidente e vice do Gapan (Grupo Ambientalista de PX Amadores da Natureza), reúnem os amigos e vão coletar lixo às margens da Billings e da Guarapiranga, as duas represas que fornecem cerca de 20% da água consumida na região metropolitana de São Paulo (39 municípios, incluindo a capital). Às vezes, são menos de uma dúzia; outras, dezenas de pessoas.

Tem de tudo no grupo: donas-de-casa, médicos, empresários, bombeiros em dias de folga, adultos e crianças. Também tem de tudo no lixo: garrafas plásticas, animais mortos (de cães a cavalos), sofás, pneus, baterias de celulares, vidros. Coisa para encher dois caminhões, cedidos pela prefeitura.

Assim como Santos e Gama, o grupo também é agregado pelo radioamador. Nele se combina o ponto de encontro, o número de participantes, quanto cada um vai dar para comprar os sacos plásticos, os lanches e a gasolina da lancha, emprestada por um integrante empresário quando é necessário percorrer os trechos mais distantes.

O trabalho começa, geralmente, antes das 8h e termina por volta das 17h. A Guarapiranga tem 34 km2 e capacidade de 197 milhões de metros cúbicos no meio dela, fica a ilha dos Eucaliptos, onde o lixo levado pela maré costuma ficar depositado. A Billings é muito maior: 127 km2, com 1,1 bilhão de metros cúbicos de água.

Além da coleta, biólogos e bombeiros que integram o Gapan promovem palestras em bairros carentes e áreas invadidas das proximidades, para explicar os efeitos do lixo nos mananciais.

"Não tinha dez anos quando comecei a frequentar a Guarapiranga", conta Santos. "De lá para cá, a ação do homem mudou muito esse lugar e não me sinto bem assistindo à destruição. Me dá uma sensação de alívio quando deixo um pedacinho que seja limpo. Nesse dia, durmo com o coração em paz", diz.

Nome: Gapan (Grupo Ambientalista de PX Amadores da Natureza)
Criação: 1995
Ação: mutirão de coleta de lixo nas represas Billings, Guarapiranga e rios, palestras sobre conscientização ecológica em bairros carentes e plantio de árvores
Contato: tel. 5971-4892

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