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20/01/2002
-
09h44
da Revista da Folha
Entre os moradores do Jardim Ângela, na zona sul, a quadra de esportes inacabada ficou conhecida como "fumódromo" abandonada desde o governo Pitta, o matagal escondia até os vestiários e virou ponto de encontro de usuários de droga.
Era mais um fator de insegurança no bairro que, em 2000, ocupou o sexto lugar no ranking de bairros paulistanos mais violentos média de 91,45 assassinatos por 100 mil habitantes, segundo o Proaim, o órgão municipal que acompanha os índices de mortalidade em São Paulo.
A mudança do cenário envolveu todo mundo: associação do bairro, policiais da base comunitária da Polícia Militar no Jardim Ângela, comerciantes, moradores.
Cada um ajudou como pôde. Portas, maçanetas, vasos sanitários, lavatórios, torneiras, fiação elétrica, vidros e tintas foram doados pelos comerciantes. População e policiais fizeram um mutirão para arrancar o mato, limpar a quadra, instalar equipamentos, pintar paredes.
"Não imaginava que, por trás do matagal, tinha um lugar como esse", diz o vidraceiro Agrimário de Oliveira Coelho, 43, olhando o centro desportivo, inaugurado em meados do ano passado. Agrimário foi voluntário aos domingos, assim como o cabo da PM Raimundo do Carmo Azevedo, 39, que durante cinco folgas trabalhou como pedreiro e encanador. "Faço novamente, se for necessário. Assim, demonstramos à população que estamos ao lado deles", diz.
Uma das alas do centro virou sede da associação dos moradores, onde são distribuídos remédios, leite e cestas básicas aos mais carentes. A associação polícia-comunidade deu tão certo que voltou a se repetir. Também com a ajuda dos comerciantes, a PM construiu em frente à sua sede um palco com 50 m2, franqueado para apresentações de música e dança, principalmente hip hop, o ritmo da periferia.
Nome: Sociedade dos Amigos Unidos do Jardim São Manuel, Jardim Angela e Adjacências
Criação: 1977
Ação: parceria com comerciantes e PM para construção e conservação de espaços públicos
Contato: tel. 5831-0185
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Cada um ajudou como pôde. Portas, maçanetas, vasos sanitários, lavatórios, torneiras, fiação elétrica, vidros e tintas foram doados pelos comerciantes. População e policiais fizeram um mutirão para arrancar o mato, limpar a quadra, instalar equipamentos, pintar paredes.
"Não imaginava que, por trás do matagal, tinha um lugar como esse", diz o vidraceiro Agrimário de Oliveira Coelho, 43, olhando o centro desportivo, inaugurado em meados do ano passado. Agrimário foi voluntário aos domingos, assim como o cabo da PM Raimundo do Carmo Azevedo, 39, que durante cinco folgas trabalhou como pedreiro e encanador. "Faço novamente, se for necessário. Assim, demonstramos à população que estamos ao lado deles", diz.
Uma das alas do centro virou sede da associação dos moradores, onde são distribuídos remédios, leite e cestas básicas aos mais carentes. A associação polícia-comunidade deu tão certo que voltou a se repetir. Também com a ajuda dos comerciantes, a PM construiu em frente à sua sede um palco com 50 m2, franqueado para apresentações de música e dança, principalmente hip hop, o ritmo da periferia.
Nome: Sociedade dos Amigos Unidos do Jardim São Manuel, Jardim Angela e Adjacências
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