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20/01/2002
-
09h47
da Revista da Folha
Quem passa em frente à praça Libertador Simon Bolívar, atrás do clube Harmonia, no Jardim América, pode achar que ela é uma extensão do jardim de uma das mansões que a cercam: bromélias gigantes, palmeiras fênix, duas esculturas, tudo rigorosamente bem cuidado.
Todos os dias, um zelador cuida da limpeza. Uma vez por mês, uma equipe de jardinagem apara a grama, aduba as plantas, faz os cortes necessários para manter o projeto original. Zelador e jardineiros são mantidos pelo advogado e artista plástico Paulo Cardoso Rebocho, 54.
A Bolívar não é a única. Rebocho cuida de outros quatro locais públicos, entre canteiros e praças. Gasta por mês, pelo menos, R$ 1.600. "Num país carente como o nosso, a prefeitura tem outras priorida des, como educação, saúde e segurança. Não dá para ficar cuidando de praças de grã-fino", diz.
Quando começou, há quatro anos, a iniciativa tinha um apelo familiar. O nome da mãe do advogado, a jornalista Débora Rebocho, foi dado a uma praça entre a rua Gabriel Monteiro da Silva e a avenida Rebouças. Um ano depois, o lugar estava abandonado e sujo. Rebocho fez um novo projeto paisagístico, instalou esculturas e passou a cuidar da manutenção.
Com os bons resultados, tomou gosto pela coisa e surgiram novas "adoções": a Libertador Simon Bolívar, a praça Califórnia, a pracinha sobre o túnel da avenida Paulista com a Consolação, o jardim da rua Colômbia onde fica o monumento em homenagem aos atletas do clube Paulistano, de 1925.
Rebocho gosta de falar sobre os jardins, mas se recusa a aparecer. "Não é um hobby. Faço por idealismo. Sou apaixonado pela cidade. Dá trabalho, mas também dá uma satisfação enorme. Faz bem você caminhar por uma praças dessas. Além disso, lugar limpo e preservado espanta a criminalidade", explica.
Mas o que ele ainda não conseguiu espantar é a grã-finagem que sai para passear com os cães e, além de destruir plantas, não recolhe a sujeira. "É pior que jogar lixo no meio da praça", diz.
Nome: Paulo Cardoso Rebocho
Atua desde: 1997
Ação: cuida de cinco praças e canteiros na região do Jardins, pagando os serviços de manutenção e paisagismo
Contato: oo@officialoffice.com.br
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A Bolívar não é a única. Rebocho cuida de outros quatro locais públicos, entre canteiros e praças. Gasta por mês, pelo menos, R$ 1.600. "Num país carente como o nosso, a prefeitura tem outras priorida des, como educação, saúde e segurança. Não dá para ficar cuidando de praças de grã-fino", diz.
Quando começou, há quatro anos, a iniciativa tinha um apelo familiar. O nome da mãe do advogado, a jornalista Débora Rebocho, foi dado a uma praça entre a rua Gabriel Monteiro da Silva e a avenida Rebouças. Um ano depois, o lugar estava abandonado e sujo. Rebocho fez um novo projeto paisagístico, instalou esculturas e passou a cuidar da manutenção.
Com os bons resultados, tomou gosto pela coisa e surgiram novas "adoções": a Libertador Simon Bolívar, a praça Califórnia, a pracinha sobre o túnel da avenida Paulista com a Consolação, o jardim da rua Colômbia onde fica o monumento em homenagem aos atletas do clube Paulistano, de 1925.
Rebocho gosta de falar sobre os jardins, mas se recusa a aparecer. "Não é um hobby. Faço por idealismo. Sou apaixonado pela cidade. Dá trabalho, mas também dá uma satisfação enorme. Faz bem você caminhar por uma praças dessas. Além disso, lugar limpo e preservado espanta a criminalidade", explica.
Mas o que ele ainda não conseguiu espantar é a grã-finagem que sai para passear com os cães e, além de destruir plantas, não recolhe a sujeira. "É pior que jogar lixo no meio da praça", diz.
Nome: Paulo Cardoso Rebocho
Atua desde: 1997
Ação: cuida de cinco praças e canteiros na região do Jardins, pagando os serviços de manutenção e paisagismo
Contato: oo@officialoffice.com.br
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