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25/01/2002
-
07h39
GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo
O deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, indicado pela cúpula nacional do PT para acompanhar as investigações da morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, descartou ontem a participação da Farb (Frente de Ação Revolucionária Brasileira) no crime e admitiu a possibilidade do empresário Sérgio Gomes da Silva ter sido o alvo do atentado.
"Na investigação do Celso, eu já exclui a Farb. Aquilo [o crime] foi uma operação de certa forma planejada e que não está no nível de organização dessa Farb", disse o deputado ontem.
A declaração de Greenhalgh é uma mudança de posição do PT em relação ao caso. Muitos petistas relacionaram o assassinato de Daniel às cartas com ameaças enviadas pela Farb a prefeitos e parlamentares do partido. Eles ainda reclamaram da demora da Polícia em investigar as ameaças e os crimes cometidos contra petistas.
Ontem, o deputado afirmou que uma das frentes da investigação abre a possibilidade do atentado ter sido dirigido para o empresário, e não para o prefeito.
"Ele [Silva] é um empresário do setor de transportes, e esse é um setor muito concorrido. Um setor no qual as pessoas disputam com muita ganância as linhas", afirmou o deputado.
O petista acompanhou a autopsia do corpo do prefeito e as perícias feitas na Pajero do empresário. Ao contrário dos policiais envolvidos no caso, ele é o único que vem dando declarações.
Outra evidência, diz o deputado, é o fato de os sequestradores terem atirado primeiro contra o empresário -os tiros ficaram na blindagem da Pajero. Além disso, o veículo pertencia a Silva.
"Podem ter atirado no que viram e matado o que não viram", disse o deputado, referindo-se à possibilidade de o prefeito até ter sido confundido com Silva. "Essa é uma das hipóteses, não quer dizer que seja a primeira", disse ele.
O deputado salientou que o depoimento de Silva tem três contradições: problemas no câmbio e no sistema de travas e o fato de o carro ter andado com o pneu furado. A perícia da Polícia Civil descartou as três versões.
"Ele [Silva] tem três contradições em sua versão e precisa explicar essa situação", disse.
Maluco
O deputado estadual Vanderlei Siraque (PT), que acompanha a investigação, acha que o empresário possa ter sido o alvo dos sequestradores. "Pessoalmente não acredito na Farb, pois para mim é uma questão de maluco."
Para o pré-candidato ao governo do Estado, o deputado federal José Genoino (PT), a Farb "pode ser uma enganação". Mas ele ressalta que a conclusão não pode sair do PT. "A polícia é que tem que investigar", diz.
Colaborou IURI DANTAS, da Reportagem Local
Leia mais
sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
Empresário pode ter sido o alvo, diz petista
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da Folha de S.Paulo
O deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, indicado pela cúpula nacional do PT para acompanhar as investigações da morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, descartou ontem a participação da Farb (Frente de Ação Revolucionária Brasileira) no crime e admitiu a possibilidade do empresário Sérgio Gomes da Silva ter sido o alvo do atentado.
"Na investigação do Celso, eu já exclui a Farb. Aquilo [o crime] foi uma operação de certa forma planejada e que não está no nível de organização dessa Farb", disse o deputado ontem.
A declaração de Greenhalgh é uma mudança de posição do PT em relação ao caso. Muitos petistas relacionaram o assassinato de Daniel às cartas com ameaças enviadas pela Farb a prefeitos e parlamentares do partido. Eles ainda reclamaram da demora da Polícia em investigar as ameaças e os crimes cometidos contra petistas.
Ontem, o deputado afirmou que uma das frentes da investigação abre a possibilidade do atentado ter sido dirigido para o empresário, e não para o prefeito.
"Ele [Silva] é um empresário do setor de transportes, e esse é um setor muito concorrido. Um setor no qual as pessoas disputam com muita ganância as linhas", afirmou o deputado.
O petista acompanhou a autopsia do corpo do prefeito e as perícias feitas na Pajero do empresário. Ao contrário dos policiais envolvidos no caso, ele é o único que vem dando declarações.
Outra evidência, diz o deputado, é o fato de os sequestradores terem atirado primeiro contra o empresário -os tiros ficaram na blindagem da Pajero. Além disso, o veículo pertencia a Silva.
"Podem ter atirado no que viram e matado o que não viram", disse o deputado, referindo-se à possibilidade de o prefeito até ter sido confundido com Silva. "Essa é uma das hipóteses, não quer dizer que seja a primeira", disse ele.
O deputado salientou que o depoimento de Silva tem três contradições: problemas no câmbio e no sistema de travas e o fato de o carro ter andado com o pneu furado. A perícia da Polícia Civil descartou as três versões.
"Ele [Silva] tem três contradições em sua versão e precisa explicar essa situação", disse.
Maluco
O deputado estadual Vanderlei Siraque (PT), que acompanha a investigação, acha que o empresário possa ter sido o alvo dos sequestradores. "Pessoalmente não acredito na Farb, pois para mim é uma questão de maluco."
Para o pré-candidato ao governo do Estado, o deputado federal José Genoino (PT), a Farb "pode ser uma enganação". Mas ele ressalta que a conclusão não pode sair do PT. "A polícia é que tem que investigar", diz.
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sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
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