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29/01/2002 - 06h42

Fio de cabelo de casa investigada pode ser de outro

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da Folha de S.Paulo

Fios de cabelo encontrados em uma casa investigada pela polícia como sendo o provável cativeiro no caso da morte do prefeito de Santo André podem ser, na verdade, de outro empresário sequestrado e não de Celso Daniel.

Um empresário da Grande São Paulo se apresentou ontem à Polícia Civil, após ter visto no final de semana imagens do sobrado pela TV, em Embu, dizendo ter sido levado até ali por sequestradores.

Podem ser desse homem, que não quer ter o nome divulgado, os cabelos grisalhos encontrados e recolhidos para perícia.

Peritos do Instituto de Criminalística descartaram ontem a possibilidade de que fosse do prefeito um fio de cabelo branco medindo 12 centímetros, apreendido lá, uma vez que ele os usava curtos.

As outras amostras de cabelos recolhidas precisam passar por uma triagem, já que vários pêlos de cachorro estavam junto delas, na casa e dentro do Santana azul achado na garagem do sobrado.

Isso deve ser feito por meio de exame da estrutura do fio, caso não seja possível separar visualmente um do outro. O último recurso é fazer teste de DNA.

O empresário, que se apresentou à Delegacia Seccional de Taboão da Serra, contou ter sido sequestrado há três meses. Pela TV, reconheceu a casa que teria visto, por uma fresta, quando estava preso no porta-malas do Santana.

A casa, localizada na rua Urca, número 23, em Embu (Grande São Paulo), pertence a Maria de Lourdes Gomes de Souza. Ela é mãe de Cleiton de Souza, 20, acusado de sequestrar um helicóptero no último dia 17 para resgatar dois presos em Guarulhos.

A polícia suspeita que o carro possa ser o mesmo Santana usado no sequestro de Daniel.

Outra prova que colocava o local como provável cativeiro também foi derrubada ontem. O impresso do Rubaiyat, apreendido ali, segundo o próprio restaurante, não é entregue aos clientes.

Além disso, o papel estaria limpo demais se comparado com a sujeira interna vista dentro do Santana, de onde ele e as amostras de cabelo saíram para perícia.

Anteontem, a polícia prendeu a mãe, a irmã e o tio de Cleiton de Souza. Segundo o delegado-seccional de Taboão da Serra, Romeu Tuma Júnior, a polícia tem provas de que os três suspeitos "participaram do planejamento e da estruturação" do resgate.

Maria de Lourdes Souza, mãe de Cleiton, Gleice de Souza, irmão dele, e seu tio, José Santana de Souza, foram detidos em casa.

A polícia acredita ainda que a casa de Maria de Lourdes já fora utilizada como cativeiro em vários sequestros. No sobrado, a polícia apreendeu documentos queimados, fotografias e outros indícios que comprovariam isso.

A possibilidade de a mesma casa ter servido de cativeiro de Celso Daniel é uma hipótese considerada pela polícia. "Por enquanto o que temos são algumas coincidências, que vão depender dos laudos periciais para serem comprovadas", afirma o delegado.

A principal delas é o Santana encontrado na garagem da casa, mesmo modelo que teria sido utilizado pelos sequestradores do prefeito, segundo o empresário Sérgio Gomes.

A Secretaria da Segurança Pública tinha marcado para hoje uma entrevista coletiva em que apresentaria os primeiros laudos sobre o caso. Ontem à noite, desmarcou-a.
(ALESSANDRO SILVA E RENATO ESSENFELDER)



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