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02/02/2002
-
06h23
ALENCAR IZIDORO
da Folha de S.Paulo
A polícia de São Paulo identificou a rota de fuga do promotor Igor Ferreira da Silva, condenado pelo assassinato da própria mulher, Patrícia Aggio Longo, e afirma que ele passou alguns dias entre o Natal e o Réveillon acompanhado de parentes dele e dela.
O encontro familiar teria acontecido em Florianópolis, Santa Catarina, onde Igor passou os últimos meses de 2001, ao lado do irmão, Iudi Ferreira da Silva. Delegados paulistas ficaram três dias na região e identificaram uma série de atividades do promotor, incluindo vôos de asa-delta, passeios na praia, ida a bares, cafés e festa de aniversário.
Ele está foragido desde 19 de abril do ano passado. Um dia antes, foi condenado a 16 anos e 4 meses de prisão pela morte da advogada Patrícia, 27, grávida de sete meses, morta com dois tiros dentro da picape do casal, em junho de 1998, em um condomínio de Atibaia (60 km de SP).
Desde então, Igor culpa um ladrão, que os teria abordado na rua. Os familiares de Patrícia dizem acreditar nessa versão.
As últimas pistas da polícia indicam que ele fugiu de Florianópolis nos primeiros dias de 2002 e pode ter ido ao Chile. Os delegados Aldo Galiano Júnior e Antônio de Olim, da Deatur (Delegacia de Atendimento ao Turista) de São Paulo, estiveram entre os dias 18 e 20 de janeiro em Florianópolis e confirmaram uma viagem de carro do irmão do promotor àquele país.
Moradores do Canto da Lagoa, onde ele ficou, disseram que Igor está barbudo e sempre utiliza um boné. "Ele tem muita amizade lá. Estava com uma vida de rei. A casa alugada pelo irmão é de um professor de uma faculdade, um amigo de infância", disse Olim, delegado operacional da Deatur.
A polícia recolheu as principais informações a partir de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Também conseguiu confirmar a presença de parentes dele e de Patrícia na região no final de 2001 após reconhecimentos fotográficos feitos por testemunhas.
O delegado divisionário Galiano Júnior afirmou que a fuga de Igor é articulada pelo irmão dele. Ele suspeita de atividades criminosas de Iudi, que não teria emprego para manter os dois em Florianópolis. O promotor teve seu salário de R$ 6.000, do Ministério Público, suspenso pela Justiça.
"Os rendimentos não são compatíveis com a vida que levam. Tivemos alguns indícios de que pode haver algum envolvimento com a criminalidade. Por exemplo, venda de drogas para surfistas na praia, nada muito grande."
Segundo ele, a casa em que Igor estava é de alto padrão e fica em um condomínio particular.
A polícia também suspeita que Igor tenha sofrido um acidente de asa-delta em Santa Catarina. As ligações telefônicas indicam que alguém da família dele foi transferido de lá para uma clínica do Rio, onde teria passado por cirurgia.
Entre agosto e setembro passado, segundo os delegados da Deatur, ele esteve em Curitiba na casa de uma conhecida da família. A Polícia Militar esteve no local um dia depois de ele sair de lá.
A Folha não conseguiu contatar ontem à tarde familiares de Igor e de Patrícia. Na casa da mãe dela, uma menina informava que ninguém podia falar. O advogado do promotor, Márcio Thomaz Bastos, foi contatado, mas os funcionários de seu escritório disseram que ele estava em Porto Alegre, no 2º Fórum Social Mundial, e que não havia sido localizado.
Parentes visitaram promotor Igor em Santa Catarina, afirma polícia
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da Folha de S.Paulo
A polícia de São Paulo identificou a rota de fuga do promotor Igor Ferreira da Silva, condenado pelo assassinato da própria mulher, Patrícia Aggio Longo, e afirma que ele passou alguns dias entre o Natal e o Réveillon acompanhado de parentes dele e dela.
O encontro familiar teria acontecido em Florianópolis, Santa Catarina, onde Igor passou os últimos meses de 2001, ao lado do irmão, Iudi Ferreira da Silva. Delegados paulistas ficaram três dias na região e identificaram uma série de atividades do promotor, incluindo vôos de asa-delta, passeios na praia, ida a bares, cafés e festa de aniversário.
Ele está foragido desde 19 de abril do ano passado. Um dia antes, foi condenado a 16 anos e 4 meses de prisão pela morte da advogada Patrícia, 27, grávida de sete meses, morta com dois tiros dentro da picape do casal, em junho de 1998, em um condomínio de Atibaia (60 km de SP).
Desde então, Igor culpa um ladrão, que os teria abordado na rua. Os familiares de Patrícia dizem acreditar nessa versão.
As últimas pistas da polícia indicam que ele fugiu de Florianópolis nos primeiros dias de 2002 e pode ter ido ao Chile. Os delegados Aldo Galiano Júnior e Antônio de Olim, da Deatur (Delegacia de Atendimento ao Turista) de São Paulo, estiveram entre os dias 18 e 20 de janeiro em Florianópolis e confirmaram uma viagem de carro do irmão do promotor àquele país.
Moradores do Canto da Lagoa, onde ele ficou, disseram que Igor está barbudo e sempre utiliza um boné. "Ele tem muita amizade lá. Estava com uma vida de rei. A casa alugada pelo irmão é de um professor de uma faculdade, um amigo de infância", disse Olim, delegado operacional da Deatur.
A polícia recolheu as principais informações a partir de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Também conseguiu confirmar a presença de parentes dele e de Patrícia na região no final de 2001 após reconhecimentos fotográficos feitos por testemunhas.
O delegado divisionário Galiano Júnior afirmou que a fuga de Igor é articulada pelo irmão dele. Ele suspeita de atividades criminosas de Iudi, que não teria emprego para manter os dois em Florianópolis. O promotor teve seu salário de R$ 6.000, do Ministério Público, suspenso pela Justiça.
"Os rendimentos não são compatíveis com a vida que levam. Tivemos alguns indícios de que pode haver algum envolvimento com a criminalidade. Por exemplo, venda de drogas para surfistas na praia, nada muito grande."
Segundo ele, a casa em que Igor estava é de alto padrão e fica em um condomínio particular.
A polícia também suspeita que Igor tenha sofrido um acidente de asa-delta em Santa Catarina. As ligações telefônicas indicam que alguém da família dele foi transferido de lá para uma clínica do Rio, onde teria passado por cirurgia.
Entre agosto e setembro passado, segundo os delegados da Deatur, ele esteve em Curitiba na casa de uma conhecida da família. A Polícia Militar esteve no local um dia depois de ele sair de lá.
A Folha não conseguiu contatar ontem à tarde familiares de Igor e de Patrícia. Na casa da mãe dela, uma menina informava que ninguém podia falar. O advogado do promotor, Márcio Thomaz Bastos, foi contatado, mas os funcionários de seu escritório disseram que ele estava em Porto Alegre, no 2º Fórum Social Mundial, e que não havia sido localizado.
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