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04/02/2002
-
05h26
da Folha de S.Paulo
Cinco chilenos, dois argentinos e dois canadenses foram, ao lado de um brasileiro, os autores do sequestro do empresário Abílio Diniz, presidente do Grupo Pão de Açúcar, que foi mantido refém por seis dias, em dezembro de 89.
O crime teve assumidamente uma motivação política e acabou, na avaliação da esquerda, prejudicando Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato do PT à presidência.
Contribuíram para isso o fato de adesivos e camisetas do partido terem sido encontrados pela polícia com os sequestradores e a libertação de Diniz, que ocorreu um dia antes das eleições.
O grupo responsável pelo crime, ligado ao MIR (Movimento da Esquerda Revolucionária), organização chilena de extrema esquerda, sustentou desde o início que seu objetivo era conseguir fundos para a guerrilha de El Salvador. O resgate pedido foi de US$ 30 milhões.
Todos os sequestradores estrangeiros acabaram extraditados para seus países de origem, depois de três greves de fome e uma intensa campanha realizada por representantes da esquerda e de entidades de direitos humanos.
Eles defendiam que as sentenças decretadas pela Justiça paulista -28 anos de prisão para cada um dos envolvidos- eram exacerbadas, não contemplavam o princípio da individualização da pena e que os presos não estavam tendo direito aos benefícios da progressividade penal.
Os últimos a deixar o Brasil, em 1999, foram os dois argentinos. As extradições foram possíveis por causa de tratados para transferência de presos entre os países.
Raimundo José da Silva Rosélio, o único brasileiro do grupo, foi colocado em liberdade condicional em 1999, depois de cumprir 10 dos 17 anos de sua sentença num hospital penal em Fortaleza (CE).
Foram estabelecidas ligações entre o caso Diniz e outros sequestros realizados no país e no exterior. Um dossiê com nomes de 200 "sequestráveis", elaborado pelo grupo, foi descoberto na explosão de um bunker em 94, em Manágua (Nicarágua).
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Cinco chilenos, dois argentinos e dois canadenses foram, ao lado de um brasileiro, os autores do sequestro do empresário Abílio Diniz, presidente do Grupo Pão de Açúcar, que foi mantido refém por seis dias, em dezembro de 89.
O crime teve assumidamente uma motivação política e acabou, na avaliação da esquerda, prejudicando Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato do PT à presidência.
Contribuíram para isso o fato de adesivos e camisetas do partido terem sido encontrados pela polícia com os sequestradores e a libertação de Diniz, que ocorreu um dia antes das eleições.
O grupo responsável pelo crime, ligado ao MIR (Movimento da Esquerda Revolucionária), organização chilena de extrema esquerda, sustentou desde o início que seu objetivo era conseguir fundos para a guerrilha de El Salvador. O resgate pedido foi de US$ 30 milhões.
Todos os sequestradores estrangeiros acabaram extraditados para seus países de origem, depois de três greves de fome e uma intensa campanha realizada por representantes da esquerda e de entidades de direitos humanos.
Eles defendiam que as sentenças decretadas pela Justiça paulista -28 anos de prisão para cada um dos envolvidos- eram exacerbadas, não contemplavam o princípio da individualização da pena e que os presos não estavam tendo direito aos benefícios da progressividade penal.
Os últimos a deixar o Brasil, em 1999, foram os dois argentinos. As extradições foram possíveis por causa de tratados para transferência de presos entre os países.
Raimundo José da Silva Rosélio, o único brasileiro do grupo, foi colocado em liberdade condicional em 1999, depois de cumprir 10 dos 17 anos de sua sentença num hospital penal em Fortaleza (CE).
Foram estabelecidas ligações entre o caso Diniz e outros sequestros realizados no país e no exterior. Um dossiê com nomes de 200 "sequestráveis", elaborado pelo grupo, foi descoberto na explosão de um bunker em 94, em Manágua (Nicarágua).
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