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05/02/2002
-
06h27
GUILHERME BARROS
da Folha de S.Paulo
Durante os 53 dias do sequestro, o publicitário Washington Olivetto, 50, conseguiu superar a dor e a solidão fazendo uma das coisas que mais gosta de fazer. Ele escreveu toda a experiência que viveu no cativeiro. Conseguiu que os sequestradores lhe cedessem caneta e alguns blocos de anotações.
Foi a forma que ele encontrou para passar o tempo no cativeiro em um cubículo da rua Kansas (zona sul paulistana). "O fato de ele ter escrito durante o tempo todo que fez com que ele conseguisse superar esse drama", diz Patrícia Viotti, 43, mulher de Olivetto.
O publicitário escreveu muitas cartas para ela e para o filho, Homero, além de registrar todo o drama vivido no local da prisão.
Patrícia conta que nos 53 dias do sequestro rezou muito para são Miguel Arcanjo, cujo data, 19 de setembro, é Dia do Anunciante e do nascimento do sequestrado. Ela passou a usar uma corrente com imagem do santo, um presente de Homero ao pai.
Depois da agitação do primeiro dia após ser libertado na noite de sábado, Olivetto conseguiu dormir normalmente de anteontem para ontem. "Ele está muito mais tranquilo agora", diz Patrícia. E, segundo ela, com muita vontade de voltar a trabalhar. Por enquanto, no entanto, repouso.
Antes de voltar ao batente na agência W/Brasil, Olivetto e a mulher pensam em viajar, muito provavelmente para uma praia. A amigos, ele tem reclamado o fato de estar muito branco.
O publicitário deve conceder amanhã sua primeira entrevista coletiva. A recomendação dos médicos que acompanham sua recuperação é que ele evite ao máximo lembrar de tudo que aconteceu durante o sequestro.
O cansaço é evidente. "Foi barra pesada", disse ele a um amigo. "Você viu o cubículo que eu fiquei?" Não fosse o fato de ele ter conseguido caneta e papel e ter passado o tempo escrevendo, Patrícia acha que o drama de seu marido poderia ter sido maior.
Para se ter uma idéia, até as necessidades fisiológicas ele fazia num pequeno plástico que passava por um buraco na cela. Nunca viu ou ouviu os sequestradores. A orientação médica é reforçada pela família. "O pedido dos médicos é não tocar no assunto, pelo menos por enquanto", diz Patrícia.
Bastante emocionado, Olivetto tem recebido muitas manifestações de carinhos por parte de amigos. Ontem, por exemplo, recebeu ligação do presidente Fernando Henrique Cardoso, que conversou também com Patrícia. No dia do sequestro, 11 de dezembro, FHC também havia telefonado para a mulher do publicitário.
Ontem, entre as diversas ligações, o cantor Lulu Santos, por exemplo, chegou a cantar para Olivetto no telefone. A emoção tem sido uma constante desde a sua libertação. "É bom saber que ele é uma pessoa que conta com o carinho das pessoas, diz Patrícia. "Ele é uma pessoa iluminada".
Saiba tudo no especial sobre o sequestro de Washington Olivetto
Publicitário escreveu diário do sequestro
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da Folha de S.Paulo
Durante os 53 dias do sequestro, o publicitário Washington Olivetto, 50, conseguiu superar a dor e a solidão fazendo uma das coisas que mais gosta de fazer. Ele escreveu toda a experiência que viveu no cativeiro. Conseguiu que os sequestradores lhe cedessem caneta e alguns blocos de anotações.
Foi a forma que ele encontrou para passar o tempo no cativeiro em um cubículo da rua Kansas (zona sul paulistana). "O fato de ele ter escrito durante o tempo todo que fez com que ele conseguisse superar esse drama", diz Patrícia Viotti, 43, mulher de Olivetto.
O publicitário escreveu muitas cartas para ela e para o filho, Homero, além de registrar todo o drama vivido no local da prisão.
Patrícia conta que nos 53 dias do sequestro rezou muito para são Miguel Arcanjo, cujo data, 19 de setembro, é Dia do Anunciante e do nascimento do sequestrado. Ela passou a usar uma corrente com imagem do santo, um presente de Homero ao pai.
Depois da agitação do primeiro dia após ser libertado na noite de sábado, Olivetto conseguiu dormir normalmente de anteontem para ontem. "Ele está muito mais tranquilo agora", diz Patrícia. E, segundo ela, com muita vontade de voltar a trabalhar. Por enquanto, no entanto, repouso.
Antes de voltar ao batente na agência W/Brasil, Olivetto e a mulher pensam em viajar, muito provavelmente para uma praia. A amigos, ele tem reclamado o fato de estar muito branco.
O publicitário deve conceder amanhã sua primeira entrevista coletiva. A recomendação dos médicos que acompanham sua recuperação é que ele evite ao máximo lembrar de tudo que aconteceu durante o sequestro.
O cansaço é evidente. "Foi barra pesada", disse ele a um amigo. "Você viu o cubículo que eu fiquei?" Não fosse o fato de ele ter conseguido caneta e papel e ter passado o tempo escrevendo, Patrícia acha que o drama de seu marido poderia ter sido maior.
Para se ter uma idéia, até as necessidades fisiológicas ele fazia num pequeno plástico que passava por um buraco na cela. Nunca viu ou ouviu os sequestradores. A orientação médica é reforçada pela família. "O pedido dos médicos é não tocar no assunto, pelo menos por enquanto", diz Patrícia.
Bastante emocionado, Olivetto tem recebido muitas manifestações de carinhos por parte de amigos. Ontem, por exemplo, recebeu ligação do presidente Fernando Henrique Cardoso, que conversou também com Patrícia. No dia do sequestro, 11 de dezembro, FHC também havia telefonado para a mulher do publicitário.
Ontem, entre as diversas ligações, o cantor Lulu Santos, por exemplo, chegou a cantar para Olivetto no telefone. A emoção tem sido uma constante desde a sua libertação. "É bom saber que ele é uma pessoa que conta com o carinho das pessoas, diz Patrícia. "Ele é uma pessoa iluminada".
Saiba tudo no especial sobre o sequestro de Washington Olivetto
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