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05/02/2002 - 07h54

Líder de sequestradores é chefe militar de frente

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SÉRGIO DURAN
da Folha de S.Paulo

Mauricio Hernández Norambuena, 43, é considerado o chefe militar dos "frentistas", grupo de militantes da Frente Autônoma, dissidência da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (FPMR).

O "comandante Ramiro" -um dos cinco apelidos usados por ele- recebe ordens apenas de Galvarino Apablaza Guerra, o 'comandante Salvador'.

Fugitivo da policia chilena, Norambuena foi condenado duas vezes à prisão perpétua pelo assassinato do senador Jaime Guzmán e pelo sequestro do empresário Cristián Edwards, do jornal 'El Mercurio', mantido cinco meses em cativeiro. Ambos os crimes ocorreram em 1991.

O 'comandante' é acusado ainda de ter sido um dos atiradores no atentado ao general Augusto Pinochet, em 1986, e de ter planejado o assassinato de vários agentes de segurança chilenos, entre os quais Roberto Fuentes Morrison.

Em 1996, Norambuena fugiu de helicóptero do presídio de segurança máxima de Santiago, o CAS (sigla correspondente a Cárcel de Alta Seguridad). A operação, batizada naquele país de 'Fuga do Século', chegou a ser planejada com o auxílio de maquetes.

Outros três 'frentistas' fugiram na operação: Ricardo Palma Salamanca, Patricio Ortiz Montenegro e Pablo Muñoz Hoffman. Nenhum deles foi recapturado.

O delegado titular da Deas (Delegacia Anti-Sequestro), Wagner Giudice, classificou Norambuena como um 'homem inteligente e articulado'. 'Ele conhece todo mundo. Tem informações, lê jornal, tem carreira no crime. Ele sabia, inclusive, que eu tinha trabalhado no caso Silvio Santos.'

Poesia
Norambuena ingressou na Frente Patriótica Manuel Rodríguez em 1983, mas suas operações mais audaciosas ocorreram depois de 1987, quando a FPMR separou-se do Partido Comunista chileno, e o 'comandante' entrou na Frente Autônoma.

Entre amigos e familiares, Norambuena é considerado um intelectual, que aprecia poesia e literatura, como a do escritor colombiano Gabriel García Márquez, cujo livro predileto era 'Notícias de um Sequestro'.

Norambuena nasceu em Valparaíso, próximo de Santiago. Seu pai era biólogo marinho e militante socialista. Seu avô era general de Carabineros -o correspondente chileno à Polícia Militar brasileira.
Até tornar-se um 'frentista', ele trabalhava como professor de educação física.

Ao delegado Wagner Giudice, no entanto, ele afirmou ter estudado jornalismo. Além de 'comandante Ramiro', Norambuena é conhecido também como Rolando, Pepe, Abuelo (avô) e Tata. Após os crimes cometidos em 1991, foi preso em 1993, na cidade de Curanilahue, em uma operação simples.

Saiba tudo no especial sobre o sequestro de Washington Olivetto

 

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