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05/02/2002
-
19h35
FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha
Um apartamento na orla de Santos (SP) usado pelo grupo que manteve sequestrado durante 53 dias o publicitário Washington Olivetto pode ser o local mais importante já descoberto pela polícia em razão da quantidade de provas encontradas lá: documentos, disquetes, fotos e até malas com cadeado.
A polícia localizou hoje mais duas bases dos sequestradores, em Santos e outra no centro da capital, na Bela Vista.
Um telefonema anônimo para a PM levou na tarde desta terça-feira as polícias Civil e Militar à base operacional no litoral paulista. O apartamento, de número 77, fica no 7º andar do edifício Ilhas do Sul, na avenida Bartolomeu de Gusmão, 88, de frente para a praia da Aparecida. É um imóvel de dois quartos normalmente alugado para veraneio, a exemplo da maioria dos outros 527 apartamentos do edifício, que possui 3 blocos e 16 andares.
Segundo o delegado seccional de Santos, João Jorge Guerra Cortez, "é certeza" que o locatário era o líder da quadrilha, o chileno Mauricio Hernández Norambuena, 43.
Ele teria se identificado para uma imobiliária como sendo Carlos _o sobrenome não foi revelado_, um jornalista argentino. O nome falso comumente usado por Norambuena era Carlos Ramón Bonfiglio.
A Polícia Militar montou guarda diante do prédio a partir das 14h30. Às 15h55, chegaram investigadores e peritos da Delegacia Anti-Sequestro de Santos, munidos de um mandado judicial de busca e apreensão.
Segundo o porteiro Alexsandro Monteiro Iodis, 27, o apartamento estava vazio havia cerca de 15 dias. Iodis é um dos funcionários do prédio que confirmou à polícia ter reconhecido Norambuena pela televisão e por fotos publicadas em jornais.
No interior do apartamento, de acordo com o delegado Cortez, havia roupas, revistas, disquetes e documentos, alguns dos quais com a foto do chileno, informou o delegado Cortez. Peritos recolheram garrafas vazias de refrigerantes para a coleta de impressões digitais. Não havia armas nem computadores no local.
Segundo o porteiro, além de Norambuena, outras três pessoas frequentaram o apartamento nos últimos três meses _duas mulheres e um rapaz.
Estão presos desde sexta-feira em São Paulo, acusados de participação no sequestro de Olivetto, o próprio Norambuena, a espanhola Rosa Amália Ramos Quiroz, 37, e os argentinos Maite Anália Bellón, 23, Carlos Renato Quiroz, 28, Federico Antonio Arribas, 30, e Rubén Oscar Sanchez, 30.
De acordo com Alexsandro Iodis, o grupo se deslocava em Santos com um Vectra prata, que não estava hoje na garagem, mas cuja placa já tinha sido identificada pela polícia, segundo o delegado Cortez. "Eles saíam de manhã com o carro e só voltavam à tarde ou à noite", disse o porteiro.
O delegado regional da Baixada Santista, Alberto Corazza, afirmou que o apartamento não foi utilizado como cativeiro, mas apenas como "base" pelos sequestradores de Olivetto.
"O que dá para perceber é que é uma quadrilha muito bem estruturada. Tinha um leque de imóveis em vários municípios para que, quando caísse um, tivessem outros à disposição", afirmou o delegado Corazza.
O dono da imobiliária que alugou o imóvel para Norambuena já foi ouvido, segundo o delegado Cortez, mas não teve o nome revelado. De acordo com o policial, o imóvel era alugado por períodos renovados de 30 dias. Cortez não informou o valor, mas disse que o pagamento era adiantado.
A polícia não permitiu o acesso ao apartamento. Peritos da Divisão Anti-Sequestro, de São Paulo, eram aguardados para que fosse realizado um novo exame no local.
Saiba tudo no especial sobre o sequestro de Washington Olivetto
Base dos sequestradores em Santos deve ter sido a mais importante
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da Agência Folha
Um apartamento na orla de Santos (SP) usado pelo grupo que manteve sequestrado durante 53 dias o publicitário Washington Olivetto pode ser o local mais importante já descoberto pela polícia em razão da quantidade de provas encontradas lá: documentos, disquetes, fotos e até malas com cadeado.
A polícia localizou hoje mais duas bases dos sequestradores, em Santos e outra no centro da capital, na Bela Vista.
Um telefonema anônimo para a PM levou na tarde desta terça-feira as polícias Civil e Militar à base operacional no litoral paulista. O apartamento, de número 77, fica no 7º andar do edifício Ilhas do Sul, na avenida Bartolomeu de Gusmão, 88, de frente para a praia da Aparecida. É um imóvel de dois quartos normalmente alugado para veraneio, a exemplo da maioria dos outros 527 apartamentos do edifício, que possui 3 blocos e 16 andares.
Segundo o delegado seccional de Santos, João Jorge Guerra Cortez, "é certeza" que o locatário era o líder da quadrilha, o chileno Mauricio Hernández Norambuena, 43.
Ele teria se identificado para uma imobiliária como sendo Carlos _o sobrenome não foi revelado_, um jornalista argentino. O nome falso comumente usado por Norambuena era Carlos Ramón Bonfiglio.
A Polícia Militar montou guarda diante do prédio a partir das 14h30. Às 15h55, chegaram investigadores e peritos da Delegacia Anti-Sequestro de Santos, munidos de um mandado judicial de busca e apreensão.
Segundo o porteiro Alexsandro Monteiro Iodis, 27, o apartamento estava vazio havia cerca de 15 dias. Iodis é um dos funcionários do prédio que confirmou à polícia ter reconhecido Norambuena pela televisão e por fotos publicadas em jornais.
No interior do apartamento, de acordo com o delegado Cortez, havia roupas, revistas, disquetes e documentos, alguns dos quais com a foto do chileno, informou o delegado Cortez. Peritos recolheram garrafas vazias de refrigerantes para a coleta de impressões digitais. Não havia armas nem computadores no local.
Segundo o porteiro, além de Norambuena, outras três pessoas frequentaram o apartamento nos últimos três meses _duas mulheres e um rapaz.
Estão presos desde sexta-feira em São Paulo, acusados de participação no sequestro de Olivetto, o próprio Norambuena, a espanhola Rosa Amália Ramos Quiroz, 37, e os argentinos Maite Anália Bellón, 23, Carlos Renato Quiroz, 28, Federico Antonio Arribas, 30, e Rubén Oscar Sanchez, 30.
De acordo com Alexsandro Iodis, o grupo se deslocava em Santos com um Vectra prata, que não estava hoje na garagem, mas cuja placa já tinha sido identificada pela polícia, segundo o delegado Cortez. "Eles saíam de manhã com o carro e só voltavam à tarde ou à noite", disse o porteiro.
O delegado regional da Baixada Santista, Alberto Corazza, afirmou que o apartamento não foi utilizado como cativeiro, mas apenas como "base" pelos sequestradores de Olivetto.
"O que dá para perceber é que é uma quadrilha muito bem estruturada. Tinha um leque de imóveis em vários municípios para que, quando caísse um, tivessem outros à disposição", afirmou o delegado Corazza.
O dono da imobiliária que alugou o imóvel para Norambuena já foi ouvido, segundo o delegado Cortez, mas não teve o nome revelado. De acordo com o policial, o imóvel era alugado por períodos renovados de 30 dias. Cortez não informou o valor, mas disse que o pagamento era adiantado.
A polícia não permitiu o acesso ao apartamento. Peritos da Divisão Anti-Sequestro, de São Paulo, eram aguardados para que fosse realizado um novo exame no local.
Saiba tudo no especial sobre o sequestro de Washington Olivetto
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