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06/02/2002
-
05h57
da Folha de S.Paulo
Os horários em que o publicitário Washington Olivetto dormiu, comeu, chorou ou pareceu desesperado estão registrados em um diário que os sequestradores mantiveram atualizado, quase minuto a minuto, no cativeiro.
Era como se fossem cientistas observando um animal na jaula, submetido a experiências. Cada vigia anotava o que via pela sistema de câmera instalado dentro do cubículo de 1 por 2,5 metros que abrigou Olivetto por 53 dias.
O ar e a iluminação que entravam no local dependiam exclusivamente da vontade dos sequestradores. Não havia janela. Um sistema de duto com ventilador refrescava o lugar. Os sequestradores, segundo a polícia, fizeram Olivetto perdesse a noção do tempo, mudando horários das refeições e a intensidade da iluminação dentro do cubículo. Não havia entrada para luz natural.
Em espanhol, o caderno mostra ainda a movimentação da polícia pela rua do cativeiro -dias e horários em que um carro passou-, mudanças no comportamento de Olivetto e impressões do observador sobre o publicitário.
"É uma suposição, porque somente a investigação irá revelar do que se trata, mas parece um relatório para alguém de fora", afirma Osvaldo Negrini, diretor dos laboratórios do Instituto de Criminalística de São Paulo.
O diário do sequestro registra o dia-a-dia do começo do ano até a data da libertação -no último sábado à noite. Olivetto foi sequestrado dia 11 de dezembro, mas as informações correspondentes a esse mês não foram localizadas na casa que serviu como cativeiro.
Os peritos do IC estão analisando o caderno para chegar a padrões de escrita, que poderão servir, no futuro, para confrontar com a letra de pessoas suspeitas.
Até agora, três tipos diferentes de letras foram identificados no caderno, o que indica o número de pessoas que vigiou Olivetto.
Uma quarta pessoa também ficou na casa, segundo as investigações da polícia. Eram dois casais.
Pelos registros, os peritos descobriram os nomes Júlio e Cristian, que podem ser os pseudônimos ou os nomes de dois guardas.
Também estão no acervo da perícia as cartas que o publicitário trocou com os sequestradores. Olivetto seguia um roteiro que incluía fazer exercícios diários, não encostar na parede e não fazer barulho, entre outras exigências.
Em uma dessas cartas apreendidas, o publicitário diz: "Ontem tive a certeza de que se continuar aqui e nessa situação vou ter um infarto e morrer". Quando foi sequestrado, pesava 80 kg, conforme anotação do diário. No dia 29 de janeiro, última medição, estava com 72 kg -8 kg a menos.
Saiba tudo no especial sobre o sequestro de Washington Olivetto
Grupo fez diário sobre publicitário
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Os horários em que o publicitário Washington Olivetto dormiu, comeu, chorou ou pareceu desesperado estão registrados em um diário que os sequestradores mantiveram atualizado, quase minuto a minuto, no cativeiro.
Era como se fossem cientistas observando um animal na jaula, submetido a experiências. Cada vigia anotava o que via pela sistema de câmera instalado dentro do cubículo de 1 por 2,5 metros que abrigou Olivetto por 53 dias.
O ar e a iluminação que entravam no local dependiam exclusivamente da vontade dos sequestradores. Não havia janela. Um sistema de duto com ventilador refrescava o lugar. Os sequestradores, segundo a polícia, fizeram Olivetto perdesse a noção do tempo, mudando horários das refeições e a intensidade da iluminação dentro do cubículo. Não havia entrada para luz natural.
Em espanhol, o caderno mostra ainda a movimentação da polícia pela rua do cativeiro -dias e horários em que um carro passou-, mudanças no comportamento de Olivetto e impressões do observador sobre o publicitário.
"É uma suposição, porque somente a investigação irá revelar do que se trata, mas parece um relatório para alguém de fora", afirma Osvaldo Negrini, diretor dos laboratórios do Instituto de Criminalística de São Paulo.
O diário do sequestro registra o dia-a-dia do começo do ano até a data da libertação -no último sábado à noite. Olivetto foi sequestrado dia 11 de dezembro, mas as informações correspondentes a esse mês não foram localizadas na casa que serviu como cativeiro.
Os peritos do IC estão analisando o caderno para chegar a padrões de escrita, que poderão servir, no futuro, para confrontar com a letra de pessoas suspeitas.
Até agora, três tipos diferentes de letras foram identificados no caderno, o que indica o número de pessoas que vigiou Olivetto.
Uma quarta pessoa também ficou na casa, segundo as investigações da polícia. Eram dois casais.
Pelos registros, os peritos descobriram os nomes Júlio e Cristian, que podem ser os pseudônimos ou os nomes de dois guardas.
Também estão no acervo da perícia as cartas que o publicitário trocou com os sequestradores. Olivetto seguia um roteiro que incluía fazer exercícios diários, não encostar na parede e não fazer barulho, entre outras exigências.
Em uma dessas cartas apreendidas, o publicitário diz: "Ontem tive a certeza de que se continuar aqui e nessa situação vou ter um infarto e morrer". Quando foi sequestrado, pesava 80 kg, conforme anotação do diário. No dia 29 de janeiro, última medição, estava com 72 kg -8 kg a menos.
Saiba tudo no especial sobre o sequestro de Washington Olivetto
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