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18/02/2002 - 11h16

Explosão atingiu loja em frente à secretaria dos presídios de SP

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LÍVIA MARRA
da Folha Online

A explosão ocorrida na madrugada de hoje próximo à sede da Secretaria da Administração Penitenciária, no centro de São Paulo, danificou a fachada de uma loja de materiais ortopédicos localizada na altura do número 1.270 da avenida São João. Os prejuízos devem chegar a R$ 10 mil, segundo a proprietária da loja.

O artefato explodiu no início da madrugada, na calçada oposta ao prédio da secretaria.

A calçada ficou danificada. Os vidros da loja Palmipé foram quebrados. Uma porta de ferro, que protegia os vidros, foi perfurada por estilhaços.

"A porta de ferro ficou cheia de furinhos. Acredito que tenham sido provocados por estilhaços. O impacto quebrou os vidros [do térreo]. No segundo andar, oito vidros ficaram trincados", disse Maria Elisa Carvalho da Costa, proprietária da loja.

Ela disse ainda que ficou sabendo sobre o atentado no início da manhã, pela imprensa. No entanto, não sabia que a explosão havia ocorrido em frente a sua loja.

"Logo na segunda-feira!", desabafou. "Eu vi de manhã, mas não pensei que fosse aqui. Pensei que tivesse ocorrido do outro lado da rua", afirmou.

Na quarta-feira (13) e na sexta-feira (15), a secretaria já havia sofrido atentados. Bilhetes assinados pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) foram encontrados após os atentados. O PCC é uma facção criminosa que atua nos presídios de São Paulo.

O atentado de hoje coincide com o aniversário de um ano da megarrebelião que atingiu 29 unidades prisionais do Estado.

Segundo a Polícia Militar, uma pochete com um pedaço de pano foi encontrada na região. O bilhete dizia "As eleições estão aí. Este é mais um aviso de que não estamos brincando. Parem com a opressão carcerária. 1533 PCC".

O artefato foi jogado contra um carro da PM, que faz a segurança do prédio. Uma mulher que passava pelo local foi ferida por estilhaços.

A proprietária da loja atingida avalia em R$ 10 mil os prejuízos. "Isso só para arrumar os vidros. Ainda não sei o que fazer com a porta de ferro. Ainda vou ver a quem posso recorrer", disse.

Maria Elisa disse que está assustada com a violência, embora a loja, localizada há sete anos na avenida São João, nunca tenha sido assaltada. "Fiz seguro contra incêndio, problemas elétricos, mas nunca pensei que uma bomba atingiria a fachada", afirmou.

O secretário Nagashi Furukawa deverá conceder entrevista coletiva às 17h.

Atentados
O primeiro atentado ocorreu na última quarta-feira, quando ocupantes de um Santana escuro atiraram uma granada contra a secretaria. Uma das portas de vidro do prédio foi destruída. Cinco funcionários ficaram feridos. Na ocasião, uma faixa assinada pelo PCC foi deixada no local com os dizeres: "Os oprimidos contra os opressores. Se não pararem os maus-tratos contra a comunidade carcerária, os atentados vão continuar".

Na noite de sexta-feira, dois homens atiraram uma bomba de uma motocicleta. Duas mulheres que passavam pelo local ficaram feridas ppelos estilhaços. Uma faixa foi encontrada no prédio da secretaria, também assinada pelo PCC.

Três homens acusados de envolvimento no primeiro atentado foram detidos. Três detentos também são investigados por envolvimento no crime. A polícia investiga a ligação entre os atentados, além do ataque a um ônibus que transportava agentes penitenciários para São Vicente, no litoral paulista, em 29 de janeiro. Seis ficaram feridos e um morreu.

Megarrebelião
No dia 18 de fevereiro de 2001, uma megarrebelião atingiu 29 unidades prisionais do Estado de São Paulo. A ação foi coordenada pelo PCC, por meio de celulares.

Medidas de segurança
A Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo adotou algumas medidas de segurança. O chefe da segurança do prédio mandou retirar duas lixeiras que ficavam em frente ao órgão, para evitar que bombas fossem deixadas nos locais.

Também foi reforçada a revista de 30 presos em regime semi-aberto que trabalham na secretaria. Um carro da PM continua de plantão em frente ao prédio.

Leia mais:
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