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20/02/2002 - 21h07

Cirurgião plástico é indiciado por homicídio em Goiás

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da Agência Folha

O Ministério Público de Goiás recebeu hoje inquérito do 1º Distrito Policial de Goiânia indiciando o médico Marcelo Caron por homicídio culposo.

A denúncia diz respeito à morte da oficial de Justiça Flávia de Oliveira Rosa, 23, que morreu em 12 de março de 2001, poucos dias após ser submetida a uma lipoaspiração.

Trata-se do primeiro inquérito concluído e protocolado oficialmente no Estado. Outros 31 casos _29 referentes a mulheres com lesões corporais e duas mortes_ continuam sendo investigados.

Um inquérito conjunto chegou a ser remetido ao MP em setembro, mas o órgão recomendou o desmembramento dos casos.

Para o delegado Itamar Lourenço de Lima, a demora das vítimas em procurar a polícia prejudicou as investigações. "O caso da Flávia foi o primeiro a ser denunciado. Somente depois outras vítimas, todas anteriores a essa morte, começaram a se manifestar."

Uma das principais dificuldades em não fazer a denúncia imediatamente, segundo Lima, são os exames periciais. "O corpo da Flávia já havia sido enterrado quando a família procurou a polícia. Quando foi exumado, já estava em estado de decomposição. Nos outros casos, as vítimas também não fizeram exame de corpo de delito, o que requer uma série de procedimentos diferenciados."

No final da tarde, o presidente da SBCP-GO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica de Goiás), Célio Leão, encaminhou uma proposta ao MP para corrigir as sequelas das cirurgias realizadas nas ex-pacientes de Caron.

De acordo com o documento, um grupo de cirurgiões plásticos deve avaliar as vítimas para a elaboração de planos individuais de correção. O tratamento consideraria os tipos de lesões provocadas e as técnicas mais viáveis.

O principal entrave para tentar agilizar o atendimento às vítimas é o andamento dos processos contra Caron que ainda tramitam no Conselho Regional de Medicina de Goiás. As pacientes não podem sofrer intervenções reparadoras enquanto estão sendo periciadas. As lesões funcionam, nesse caso, como uma espécie de prova.

No começo da semana, o médico sustou o pagamento de quatro cheques no valor de R$ 500 entregues a uma de suas pacientes para uma cirurgia reparadora.

Caron chegou a ser preso no final da semana passada no Distrito Federal, onde responde por outras duas mortes, mas foi liberado na segunda-feira, após conseguir um habeas corpus. A Agência Folha não conseguiu localizar, por telefone, o advogado de Caron.
 

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