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20/02/2002
-
22h19
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O governo de Anthony Garotinho (PSB) reconheceu nesta quarta-feira que produziu uma peça de propaganda errada em que exaltava o seu sucesso na área de segurança pública, em comparação com a gestão anterior, de Marcello Alencar (PSDB). A propaganda omitia os números de assaltos a ônibus no ano passado.
A propaganda trazia uma comparação entre os três primeiros anos do governo Garotinho com os três iniciais de Alencar (1995-97), destacando uma suposta redução da ocorrência de crimes como sequestros (87%), homicídios (28%) e assaltos a banco (32%). O ano de 1998, último do governo de Alencar e quando houve a maior redução de crimes como sequestros, não foi levado em conta.
No item assaltos a ônibus, o governo somou as ocorrências de 1999 e 2000, num total de 15.984 casos, número inferior ao total dos três primeiros anos da gestão de Alencar _17.180 casos. No entanto, se a propaganda tivesse levado em conta o ano de 2001, o número de assaltos a ônibus chegaria a 21.157, superando o de seu antecessor.
O secretário estadual de Segurança Pública, Josias Quintal, atribuiu o erro, divulgado pelo jornal "O Globo", à agência que produziu a propaganda. "O número de assaltos em 2001 já é conhecido de todos e vem sendo divulgado em Diário Oficial", afirmou.
Mas, para a pesquisadora do Iser (Instituto de Estudos e Pesquisas da Religião) Luciana Phebo, a comparação feita pelo governo pode ser equivocada, em termos estatísticos. Segundo ela, as estatísticas sobre a criminalidade deveriam levar em conta o número da população no período.
"Para serem mais precisos, os índices deveriam ser divulgados por taxa, ou seja, o número de agravos divididos pela população."
Luciana Phebo afirmou ainda que o governo deveria apresentar, na propaganda, uma justificativa sobre o porquê de ter omitido os dados de 1998. Naquele ano houve uma redução significativa no número de sequestros. De 58 em 1997, foram registrados 17 no ano seguinte.
A consultora do IBGE Yolanda Catão também considera que a metodologia de comparação utilizada pelo governo do Estado não foi a mais adequada.
Para ela, deveria ser levado em conta o último ano de gestão de Marcello Alencar com o primeiro do atual governador. "Os números mostram que, no governo anterior, o índice de homicídios foi caindo ano a ano, enquanto, na era Garotinho, ficou estabilizado. Essa propaganda teve conotação política", afirmou.
Garotinho faz propaganda falsa sobre diminuição da violência
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O governo de Anthony Garotinho (PSB) reconheceu nesta quarta-feira que produziu uma peça de propaganda errada em que exaltava o seu sucesso na área de segurança pública, em comparação com a gestão anterior, de Marcello Alencar (PSDB). A propaganda omitia os números de assaltos a ônibus no ano passado.
A propaganda trazia uma comparação entre os três primeiros anos do governo Garotinho com os três iniciais de Alencar (1995-97), destacando uma suposta redução da ocorrência de crimes como sequestros (87%), homicídios (28%) e assaltos a banco (32%). O ano de 1998, último do governo de Alencar e quando houve a maior redução de crimes como sequestros, não foi levado em conta.
No item assaltos a ônibus, o governo somou as ocorrências de 1999 e 2000, num total de 15.984 casos, número inferior ao total dos três primeiros anos da gestão de Alencar _17.180 casos. No entanto, se a propaganda tivesse levado em conta o ano de 2001, o número de assaltos a ônibus chegaria a 21.157, superando o de seu antecessor.
O secretário estadual de Segurança Pública, Josias Quintal, atribuiu o erro, divulgado pelo jornal "O Globo", à agência que produziu a propaganda. "O número de assaltos em 2001 já é conhecido de todos e vem sendo divulgado em Diário Oficial", afirmou.
Mas, para a pesquisadora do Iser (Instituto de Estudos e Pesquisas da Religião) Luciana Phebo, a comparação feita pelo governo pode ser equivocada, em termos estatísticos. Segundo ela, as estatísticas sobre a criminalidade deveriam levar em conta o número da população no período.
"Para serem mais precisos, os índices deveriam ser divulgados por taxa, ou seja, o número de agravos divididos pela população."
Luciana Phebo afirmou ainda que o governo deveria apresentar, na propaganda, uma justificativa sobre o porquê de ter omitido os dados de 1998. Naquele ano houve uma redução significativa no número de sequestros. De 58 em 1997, foram registrados 17 no ano seguinte.
A consultora do IBGE Yolanda Catão também considera que a metodologia de comparação utilizada pelo governo do Estado não foi a mais adequada.
Para ela, deveria ser levado em conta o último ano de gestão de Marcello Alencar com o primeiro do atual governador. "Os números mostram que, no governo anterior, o índice de homicídios foi caindo ano a ano, enquanto, na era Garotinho, ficou estabilizado. Essa propaganda teve conotação política", afirmou.
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