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05/03/2002 - 19h25

Traficantes voltam a desafiar polícia em favela no Rio

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da Folha de S.Paulo, no Rio

Os traficantes voltaram a desafiar a polícia do Rio na madrugada desta terça-feira. Um grupo de oito homens que estavam em dois carros dispararam cerca de 50 tiros e atiraram uma granada no PPC (Posto de Policiamento Comunitário) da favela Parque União, no complexo de favelas da Maré (zona norte do Rio). Na hora do ataque, sete PMs estavam no local, mas nenhum se feriu.

O chefe de Polícia Civil, delegado Álvaro Lins, disse que Elias da Silva Pereira, o Elias Maluco, chefe do tráfico de drogas no complexo do Alemão (zona norte) e uma das lideranças da facção criminosa CV (Comando Vermelho), foi o responsável pela ação.

Segundo Lins, apesar de o comércio de drogas no Parque União ser controlado pelo CV, a facção atacou o posto para colocar a culpa nos grupos rivais TC (Terceiro Comando) e ADA (Amigo dos Amigos).

De acordo com o delegado, a captura de Elias Maluco é prioridade na polícia, assim como a dos traficantes Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, e Paulo César dos Santos, o Linho.

No ataque, que ocorreu por volta de 1h30, as janelas do PPC foram atingidas por estilhaços da granada. Uma Kombi estacionada no local foi destruída pela explosão.

O 22º BPM (Batalhão de Polícia Militar) ocupou as favelas do complexo da Maré, com cerca de 150 policiais.

Em três dias, foi o segundo ataque de traficantes a unidades policiais. Na madrugada de domingo, criminosos de um "bonde" (comboio de carros com pessoal fortemente armado) ligados ao TC atiraram uma granada, dispararam vários tiros na 27ª Delegacia de Polícia, em Vicente de Carvalho (zona norte), e mataram um PM que estava em uma cabine.

O ataque foi uma resposta a uma operação do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM), que teria descoberto um suposto plano da quadrilha de invadir o complexo do Alemão e outras favelas controladas pelo CV.

O suposto líder do bonde, o traficante André Luís Fernandes, o Merram, acabou morto anteontem por policiais da 27ª DP, juntamente com dois colegas, no morro do Juramento (zona norte)

"Há uma disputa de forças na região por causa de uma traição no passado. Na década de 90, o traficante Uê [Ernaldo Pinto Medeiros, preso em Bangu 1] deixou o Comando Vermelho para fundar a ADA, o que resultou em uma guerra por novos pontos de vendas de drogas", afirmou Álvaro Lins.

Comércio fechado
Até o início da noite, a situação ainda era tensa na favela do Quitungo, na Vila da Penha (zona norte), reduto do traficante Merran, morto ontem. Em sinal de luto, as lojas, que fecharam as portas segunda-feira, permaneceram fechadas hoje.

Merran foi enterrado à tarde no cemitério do Irajá (zona norte), na presença de cerca de 200 pessoas. Não houve incidentes.

De acordo com a DRE (Divisão de Repressão a Entorpecentes da Polícia Civil), a morte de Merran não diminui a atual supremacia do TC e do ADA sobre o CV.

Segundo a chefe de investigações da DRE, Marina Maggessi, o traficante Irapuan David Lopes, o Gangan, líder do tráfico em favelas da zona norte, deverá assumir ou indicar um novo nome para o Quitungo, que tem sido alvo de disputas entre quadrilhas rivais.
 

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