08/03/2002 - 15h20

Munições apreendidas podem ter ligação com Andinho, diz polícia

LÍVIA MARRA
da Folha Online

As 230 mil munições apreendidas ontem em um caminhão em Aguaí (206 km de SP) podem ter ligação com a quadrilha do sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho. "Não posso afirmar, mas há suspeitas de que, de alguma forma, a carga pudesse chegar até a quadrilha", disse o delegado Wagner Giudice, da Deas (Delegacia Anti-Sequestro).

Segundo Giudice, as suspeitas são anteriores à prisão do sequestrador. Os projéteis poderiam ser comercializados com a quadrilha de Andinho.

No entanto, o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo afirmou, em entrevista coletiva, que, por equanto, "não vai identificar a quadrilha investigada".

Wagner Giuduce não vê ligação dos projéteis com o PCC (Primeiro Comando da Capital), como havia sido cogitado anteriormente, mas disse que "as possibilidades vão ser investigadas".

As munições pesam mais de duas toneladas e foram roubadas da CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) em 11 de dezembro, mesmo dia em que o publicitário Washington Olivetto foi sequestrado.

A munição, segundo Giudice, não é militar. "É uma munição policial e comercial", disse.

A carga apreendida serve para armas calibres 22, 24, 26, 38, 380, 36 e 12. Parte da carga, cerca de 76 mil projéteis, seriam destinados à Secretaria da Segurança Pública de Minas Gerais.

A polícia acredita que a carga seria comercializada entre criminosos.

"Ela [munição] foi roubada em dezembro e ficou praticamente três meses praticamente intacta. Eles [criminosos] devem ter encontrado dificuldade para comercializar a carga", disse Giudice. Conforme o delegado, 90% da carga foi recuperada.

A polícia acredita, no entanto, que ontem ocorreria algum tipo de comercialização. Ainda não há informações sobre o local onde a carga ficou guardada desde o roubo.

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