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24/03/2002
-
02h45
da Folha de S.Paulo
Quando decidiu estender o projeto da prevenção do câncer uterino para a zona rural, a direção do Hospital do Câncer sabia que não conseguiria implantá-lo sem a ajuda de intermediários.
A solução foi pedir ajuda à PM, que há 11 anos mantém uma equipe destinada ao policiamento rural. De segunda a sexta, quatro policiais, sendo duas mulheres, embrenhavam-se no mato para cadastrar mulheres que nunca haviam feito o exame ou estavam há três anos sem fazê-lo.
Aos policiais homens cabia o convencimento de alguns maridos arredios, que relutavam em deixar as mulheres serem examinadas. Sem um mapa atualizado da zona rural, várias vezes eles tiveram de andar quilômetros a pé.
A sargento Sandra Aparecido Macedo, 37, lembra que pulou cercas, atolou as botas na lama, e, para se proteger, chegou a jogar spray de pimenta em cachorros. Durante as "negociações", a conversa tinha de ser eclética. Com as mulheres, Sandra falava de comida, dos filhos, da casa. Com os homens, os assuntos eram a colheita, o índice pluviométrico, a criação de porcos, entre outros. "Tem que falar a linguagem deles", diz.
Mas o trabalho tinha lá suas compensações, como almoçar frango caipira com a família para não fazer "desfeita".
Durante o trabalho, houve situações curiosas como a da filha que se negou a fazer o exame alegando, na presença do pai, virgindade e depois saiu correndo para fazê-lo na casa de uma vizinha.
Tanto esforço valeu a pena. Do total de 1.023 mulheres examinadas na zona rural, 7 estavam com câncer em estágio inicial e, provavelmente, a doença teria evoluído se o diagnóstico não tivesse sido feito. Quase 20% das mulheres nunca tinham feito o exame.
Segundo o capitão Carlos Antonio Alves da Silva, 27, o trabalho possibilitou até a solução de alguns delitos, como o de uma mãe que espancava os filhos e de outra que proibia o filho de oito anos de frequentar a escola.
PMs cadastram mulher no campo para prevenir câncer uterino
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Quando decidiu estender o projeto da prevenção do câncer uterino para a zona rural, a direção do Hospital do Câncer sabia que não conseguiria implantá-lo sem a ajuda de intermediários.
A solução foi pedir ajuda à PM, que há 11 anos mantém uma equipe destinada ao policiamento rural. De segunda a sexta, quatro policiais, sendo duas mulheres, embrenhavam-se no mato para cadastrar mulheres que nunca haviam feito o exame ou estavam há três anos sem fazê-lo.
Aos policiais homens cabia o convencimento de alguns maridos arredios, que relutavam em deixar as mulheres serem examinadas. Sem um mapa atualizado da zona rural, várias vezes eles tiveram de andar quilômetros a pé.
A sargento Sandra Aparecido Macedo, 37, lembra que pulou cercas, atolou as botas na lama, e, para se proteger, chegou a jogar spray de pimenta em cachorros. Durante as "negociações", a conversa tinha de ser eclética. Com as mulheres, Sandra falava de comida, dos filhos, da casa. Com os homens, os assuntos eram a colheita, o índice pluviométrico, a criação de porcos, entre outros. "Tem que falar a linguagem deles", diz.
Mas o trabalho tinha lá suas compensações, como almoçar frango caipira com a família para não fazer "desfeita".
Durante o trabalho, houve situações curiosas como a da filha que se negou a fazer o exame alegando, na presença do pai, virgindade e depois saiu correndo para fazê-lo na casa de uma vizinha.
Tanto esforço valeu a pena. Do total de 1.023 mulheres examinadas na zona rural, 7 estavam com câncer em estágio inicial e, provavelmente, a doença teria evoluído se o diagnóstico não tivesse sido feito. Quase 20% das mulheres nunca tinham feito o exame.
Segundo o capitão Carlos Antonio Alves da Silva, 27, o trabalho possibilitou até a solução de alguns delitos, como o de uma mãe que espancava os filhos e de outra que proibia o filho de oito anos de frequentar a escola.
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