Publicidade
Publicidade
27/03/2002
-
20h11
MARCELO TOLEDO
ROGÉRIO PAGNAN
da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto
A dona-de-casa Edna Emília Milani, 20, e o pintor desempregado Carlos Fabiano Faccion, 24, os dois principais acusados de matar cinco pessoas da mesma família em Batatais (353 km de SP) ontem, foram espancados hoje por outros presos nas cadeias para onde foram levados. O caso mais grave foi o de Edna, que está internada.
De acordo com policiais que foram com Edna ao hospital do município, ela recebeu cerca de 150 pontos na cabeça, fraturou o crânio, quebrou o nariz e teve afundamento de um osso da face.
Após ser socorrida a um hospital da cidade, Edna foi encaminhada à Unidade de Emergência do HC de Ribeirão. Até o final da tarde, o estado de saúde era estável e ela não corria risco de morte.
Segundo a polícia, na madrugada de ontem, os dois, em companhia do adolescente C.R.S.D., 13, mataram a golpes de barra de ferro e a facadas o pai, a mãe e três irmãos de Faccion, na periferia da cidade. Outras duas crianças permanecem internadas no HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto em estado grave.
Mesmo detida em uma cela isolada, Edna foi espancada por um grupo de pelo menos 20 presas da Cadeia Pública de Altinópolis. O grupo de detentas teria se aproveitado da saída para o banho de sol, por volta das 8h, para quebrar os cadeados da cela de Edna.
Elas colocaram roupas nos varais para que a visão dos dois carcereiros ficasse encoberta, esperaram pela troca de plantão dos funcionários e, após quebrarem os cadeados, a tiraram da cela e começaram a agredi-la.
Para espancar Edna, as detentas usaram pedras, pedaços de madeira das vassouras utilizadas diariamente na cadeia e barras de ferro da tubulação de água.
A polícia, que instaurou inquérito para apurar o caso, nega ter sido negligente. "Se eu fosse negligente, ela não estaria isolada, já que era presumível as outras presas não gostarem. Se Edna ficasse com as outras, podia ter sido morta", disse César Augusto de França, diretor da cadeia.
Faccion foi agredido na Cadeia Guanabara, em Franca. Ele, no entanto, não recebeu atendimento médico e foi mantido na mesma cela em que sofreu a agressão.
Segundo funcionários ouvidos pela Folha, Faccion foi agredido durante a noite por outros presos, logo após ser colocado na cela. O detento não teria reclamado ao diretor do ocorrido temendo novas agressões. A direção da cadeia de Franca alega desconhecer a agressão. Ambos devem ser transferidos para outras cadeias, por questão de segurança.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que, em princípio, não há irregularidade de parte dos funcionários, pois as medidas de segurança teriam sido tomadas.
Para o irmão de Faccion, os acusados nunca serão perdoados, mesmo sofrendo na cadeia.
"Se não morrerem na cadeia, vão sofrer aqui fora porque nem eu nem ninguém vai perdoá-los por isso", disse Fernando César Faccion.
Leia mais:
Acusados de matar família em Batatais são espancados na cadeia
Família inteira é morta por parente e namorada, em Batatais
Acusada descreve com detalhes o crime
Agredida na prisão, acusada de participar de chacina fratura o crânio
Publicidade
ROGÉRIO PAGNAN
da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto
A dona-de-casa Edna Emília Milani, 20, e o pintor desempregado Carlos Fabiano Faccion, 24, os dois principais acusados de matar cinco pessoas da mesma família em Batatais (353 km de SP) ontem, foram espancados hoje por outros presos nas cadeias para onde foram levados. O caso mais grave foi o de Edna, que está internada.
De acordo com policiais que foram com Edna ao hospital do município, ela recebeu cerca de 150 pontos na cabeça, fraturou o crânio, quebrou o nariz e teve afundamento de um osso da face.
Após ser socorrida a um hospital da cidade, Edna foi encaminhada à Unidade de Emergência do HC de Ribeirão. Até o final da tarde, o estado de saúde era estável e ela não corria risco de morte.
Segundo a polícia, na madrugada de ontem, os dois, em companhia do adolescente C.R.S.D., 13, mataram a golpes de barra de ferro e a facadas o pai, a mãe e três irmãos de Faccion, na periferia da cidade. Outras duas crianças permanecem internadas no HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto em estado grave.
Mesmo detida em uma cela isolada, Edna foi espancada por um grupo de pelo menos 20 presas da Cadeia Pública de Altinópolis. O grupo de detentas teria se aproveitado da saída para o banho de sol, por volta das 8h, para quebrar os cadeados da cela de Edna.
Elas colocaram roupas nos varais para que a visão dos dois carcereiros ficasse encoberta, esperaram pela troca de plantão dos funcionários e, após quebrarem os cadeados, a tiraram da cela e começaram a agredi-la.
Para espancar Edna, as detentas usaram pedras, pedaços de madeira das vassouras utilizadas diariamente na cadeia e barras de ferro da tubulação de água.
A polícia, que instaurou inquérito para apurar o caso, nega ter sido negligente. "Se eu fosse negligente, ela não estaria isolada, já que era presumível as outras presas não gostarem. Se Edna ficasse com as outras, podia ter sido morta", disse César Augusto de França, diretor da cadeia.
Faccion foi agredido na Cadeia Guanabara, em Franca. Ele, no entanto, não recebeu atendimento médico e foi mantido na mesma cela em que sofreu a agressão.
Segundo funcionários ouvidos pela Folha, Faccion foi agredido durante a noite por outros presos, logo após ser colocado na cela. O detento não teria reclamado ao diretor do ocorrido temendo novas agressões. A direção da cadeia de Franca alega desconhecer a agressão. Ambos devem ser transferidos para outras cadeias, por questão de segurança.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que, em princípio, não há irregularidade de parte dos funcionários, pois as medidas de segurança teriam sido tomadas.
Para o irmão de Faccion, os acusados nunca serão perdoados, mesmo sofrendo na cadeia.
"Se não morrerem na cadeia, vão sofrer aqui fora porque nem eu nem ninguém vai perdoá-los por isso", disse Fernando César Faccion.
Leia mais:
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice