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28/03/2002
-
06h37
IURI DANTAS
da Folha de S.Paulo
"Não cometi crime nenhum." Foi essa a frase com que o pediatra Eugenio Chipkevitch encerrou seu primeiro depoimento formal à polícia, ontem, segundo o advogado Otavio Augusto Rossi Vieira. Ao deixar o 51º DP (Butantã), o médico não falou à imprensa.
Chipkevitch, 47, está preso desde o dia 21 sob a acusação de sedar e abusar sexualmente de seus pacientes adolescentes.
O depoimento foi divido em duas etapas. Na primeira, com perguntas sobre o crime de que é acusado, Chipkevitch afirmou que só falaria em juízo. Na segunda, um questionário padrão, informou seu nome, endereço, profissão, salário, bens e filhos.
Quando questionado se havia arrependimento sobre seus atos, o pediatra disse que não havia cometido nenhum ato criminoso. À pergunta seguinte, se havia ingerido drogas ou álcool, respondeu que "não", pois era inocente.
A suspeita sobre a conduta do pediatra veio à tona após exibição, no dia anterior à prisão, de imagens de um lote de 35 fitas no "Programa do Ratinho", do SBT. As gravações feitas pelo médico foram apreendidas pela polícia
Chipkevitch só foi indiciado formalmente ontem, quando teve início o inquérito de acusação. Segundo o delegado titular do 51º Distrito Policial, Virgílio Guerreiro Neto, o silêncio do pediatra prejudica sua própria situação.
Além de permanecer calado durante o primeiro grupo de perguntas, o médico recusou-se a assistir trechos dos vídeos. De acordo com Guerreira Neto, ao começar a exibição da primeira fita, o pediatra olhou para o chão e pediu para não ver o conteúdo das gravações.
Segundo o advogado Vieira, ontem foi feito um pedido informal de sigilo ao delegado. Anteontem, o representante do pediatra criticou a exposição do caso na mídia, com a colaboração da polícia.
Segundo a defesa, o objetivo da medida é resguardar vítimas e parentes do médico, como sua ex-mulher, que deve depor nos próximos dias em lugar não divulgado. Caso não seja atendido, o advogado pretende pedir à Justiça que garanta o sigilo no inquérito.
O promotor José Carlos Blat, que acompanha o caso, entregou ao delegado Guerreira Neto ontem 47 fotos com imagens das gravações. Segundo o promotor, as quase 18 horas de gravação foram digitalizadas e certos trechos "congelados" nas fotos.
Com isso, ele espera maior rapidez na identificação das vítimas e causar menor constrangimento a seus familiares. Até agora, 20 dos 35 adolescentes que teriam sofrido abusos foram reconhecidos.
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da Folha de S.Paulo
"Não cometi crime nenhum." Foi essa a frase com que o pediatra Eugenio Chipkevitch encerrou seu primeiro depoimento formal à polícia, ontem, segundo o advogado Otavio Augusto Rossi Vieira. Ao deixar o 51º DP (Butantã), o médico não falou à imprensa.
Chipkevitch, 47, está preso desde o dia 21 sob a acusação de sedar e abusar sexualmente de seus pacientes adolescentes.
O depoimento foi divido em duas etapas. Na primeira, com perguntas sobre o crime de que é acusado, Chipkevitch afirmou que só falaria em juízo. Na segunda, um questionário padrão, informou seu nome, endereço, profissão, salário, bens e filhos.
Quando questionado se havia arrependimento sobre seus atos, o pediatra disse que não havia cometido nenhum ato criminoso. À pergunta seguinte, se havia ingerido drogas ou álcool, respondeu que "não", pois era inocente.
A suspeita sobre a conduta do pediatra veio à tona após exibição, no dia anterior à prisão, de imagens de um lote de 35 fitas no "Programa do Ratinho", do SBT. As gravações feitas pelo médico foram apreendidas pela polícia
Chipkevitch só foi indiciado formalmente ontem, quando teve início o inquérito de acusação. Segundo o delegado titular do 51º Distrito Policial, Virgílio Guerreiro Neto, o silêncio do pediatra prejudica sua própria situação.
Além de permanecer calado durante o primeiro grupo de perguntas, o médico recusou-se a assistir trechos dos vídeos. De acordo com Guerreira Neto, ao começar a exibição da primeira fita, o pediatra olhou para o chão e pediu para não ver o conteúdo das gravações.
Segundo o advogado Vieira, ontem foi feito um pedido informal de sigilo ao delegado. Anteontem, o representante do pediatra criticou a exposição do caso na mídia, com a colaboração da polícia.
Segundo a defesa, o objetivo da medida é resguardar vítimas e parentes do médico, como sua ex-mulher, que deve depor nos próximos dias em lugar não divulgado. Caso não seja atendido, o advogado pretende pedir à Justiça que garanta o sigilo no inquérito.
O promotor José Carlos Blat, que acompanha o caso, entregou ao delegado Guerreira Neto ontem 47 fotos com imagens das gravações. Segundo o promotor, as quase 18 horas de gravação foram digitalizadas e certos trechos "congelados" nas fotos.
Com isso, ele espera maior rapidez na identificação das vítimas e causar menor constrangimento a seus familiares. Até agora, 20 dos 35 adolescentes que teriam sofrido abusos foram reconhecidos.
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