Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/03/2002 - 10h15

Agredida na prisão, acusada de matança permanece internada

Publicidade

da Folha Online
da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto

A dona-de-casa Edna Emília Milani, 20, permanece internada no setor de politraumatismo do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (314 km a norte de São Paulo). Ela e o pintor desempregado Carlos Fabiano Faccion, 24, acusados de matar cinco pessoas da mesma família em Batatais (353 km a norte de SP) na quarta-feira (26), foram espancados ontem por outros presos nas cadeias para onde foram levados.

Segundo o hospital, Edna sofreu traumatismo crânio-encefálico e seu estado é estável. Os médicos não constataram a necessidade de cirurgia.

De acordo com policiais que foram com Edna ao hospital do município, ela também quebrou o nariz e teve afundamento de um osso da face.

Após ser socorrida a um hospital da cidade, Edna foi encaminhada à Unidade de Emergência do HC de Ribeirão.

Segundo a polícia, na madrugada de quarta-feira, os dois, em companhia do adolescente C.R.S.D., 13, mataram a golpes de barra de ferro e a facadas o pai, a mãe e três irmãos de Faccion, na periferia da cidade. Outras duas crianças permanecem internadas no HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto em estado grave.

Mesmo detida em uma cela isolada, Edna foi espancada por um grupo de pelo menos 20 presas da Cadeia Pública de Altinópolis. O grupo de detentas teria se aproveitado da saída para o banho de sol, por volta das 8h, para quebrar os cadeados da cela de Edna.

Elas colocaram roupas nos varais para que a visão dos dois carcereiros ficasse encoberta, esperaram pela troca de plantão dos funcionários e, após quebrarem os cadeados, a tiraram da cela e começaram a agredi-la.

Para espancar Edna, as detentas usaram pedras, pedaços de madeira das vassouras utilizadas diariamente na cadeia e barras de ferro da tubulação de água.

A polícia, que instaurou inquérito para apurar o caso, nega ter sido negligente. "Se eu fosse negligente, ela não estaria isolada, já que era presumível as outras presas não gostarem. Se Edna ficasse com as outras, podia ter sido morta", disse César Augusto de França, diretor da cadeia.

Faccion foi agredido na Cadeia Guanabara, em Franca. Ele, no entanto, não recebeu atendimento médico e foi mantido na mesma cela em que sofreu a agressão.

Segundo funcionários ouvidos pela Folha, Faccion foi agredido durante a noite por outros presos, logo após ser colocado na cela. O detento não teria reclamado ao diretor do ocorrido temendo novas agressões. A direção da cadeia de Franca alega desconhecer a agressão. Ambos devem ser transferidos para outras cadeias, por questão de segurança.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que, em princípio, não há irregularidade de parte dos funcionários, pois as medidas de segurança teriam sido tomadas.

Para o irmão de Faccion, os acusados nunca serão perdoados, mesmo sofrendo na cadeia.

"Se não morrerem na cadeia, vão sofrer aqui fora porque nem eu nem ninguém vai perdoá-los por isso", disse Fernando César Faccion.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página