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01/12/2006 - 00h00

No Rio, 17 são presos acusados de tráfico

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TALITA FIGUEIREDO
da Folha de S.Paulo, no Rio

Um veterinário e estudantes estão entre os 17 presos ontem sob acusação de vender drogas sintéticas no Rio. A ação, da Polícia Civil, acontece um dia após 12 pessoas de classe média alta terem sido detidas pela Polícia Federal. Elas são apontadas como integrantes da maior quadrilha no Rio de venda de ecstasy e LSD.

Os 17 presos ontem, segundo policiais, atuavam na venda de ecstasy, "special K" (droga fabricada a partir de anestésico de uso veterinário) e GHB (conhecido como ecstasy líquido).

A operação Chave de Ouro ocorreu nas zonas sul e oeste do Rio, após três meses de investigação e infiltração de agentes em festas e boates. A maior parte dos detidos era vapor (responsável pela venda nas festas).

Dois homens são apontados como distribuidores e líderes. Alan Vieira Ferreira seria responsável por obter ecstasy, que distribuiria usando o carrinho de bebê de sua filha de dois anos. Rogério Salomão de Carvalho, preso em Ipanema, é veterinário e seria o responsável por distribuir o "special K".

Apontado como elo entre distribuidores e vapores, Elmo Ribeiro foi preso em flagrante vendendo drogas no MSN (programa de mensagem instantânea via internet), acusa a polícia. À imprensa, ele afirmou que não é vendedor da droga, mas "viciado".

Na casa dele, foi apreendido um saco com 80 caixas de Dopalen, anestésico veterinário usado na fabricação de "special K". "Eu sou viciado, não traficante. Comprei muitos para ter no estoque." Ele disse também que não revelaria onde conseguiu o produto, que é vendido apenas para veterinários. Nenhum outro preso quis falar com a imprensa.

O comércio pelo MSN é estratégia de traficantes "de elite". "Por ser caro, cada comprimido de ecstasy é vendido por cerca de R$ 50, os usuários são de classe média e alta. O computador é um facilitador da venda, o que não acontece com a droga suja [maconha e cocaína, vendidas em morros]", diz a inspetora Marina Maggessi.

Tanto ela quanto o delegado da Polícia Federal responsável pela Operação Tsunami, Victor Cesar dos Santos, afirmaram que os distribuidores usam, cada vez menos, sites de relacionamento, como o Orkut. "Ali fica tudo gravado, os policiais têm acesso àquelas páginas. Os criminosos estão sempre tentando burlar a vigilância."

Indireto

Ao contrário do grupo detido pela PF (que seria responsável por adquirir a droga na Europa), segundo Marina Maggessi, esses presos obtêm o material de dois fornecedores não identificados de São Paulo. "Eles é que trazem a droga de países como Holanda e Alemanha."

Na operação, foi apreendida grande quantidade de anestésicos veterinários, ecstasy e frascos com GHB. Até a conclusão desta edição, a polícia ainda procurava cinco pessoas. Marina Maggessi disse que pedirá à PF um trabalho conjunto, já que, em um grampo, identificou um dos detidos na operação federal.

Special K

Special K é o nome fantasia da ketamina, usada como anestésico cirúrgico principalmente para animais, mais forte que o semelhante de uso humano. Parente do ácido lisérgico (LSD), ele precisa ser transformado em pó: o líquido é esquentado, a água evapora e resta a sustância cristalizada, que é aspirada. Usuários citam a sensação de "sair do corpo".

O frasco de 50 ml custa R$ 150 no mercado negro. Cada frasco rende dez doses, cada uma vendida por R$ 50 a R$ 100. O uso freqüente pode causar danos na atenção, memória, estômago, coração e fígado.

O GHB (gamahidroxibutirato), ou ecstasy líquido, é ingerido em pequenas porções, às vezes gotas. Também pode vir na forma de um sal, quando é misturado à água. Pode levar o usuário ao coma.

 

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