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03/04/2002 - 08h31

Polícia apura elo entre investigador e caso Toninho do PT

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RAQUEL LIMA
da Folha Campinas

O DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), de São Paulo, apura se o investigador afastado do 4º Distrito Policial de Campinas Rogério Salum Diniz estava no veículo de onde partiu o tiro que matou o prefeito Antonio da Costa Santos (PT) em 10 de setembro passado. Diniz será ouvido hoje pelo DHPP.

O delegado que preside o inquérito do assassinato de Toninho, Luiz Fernando Lopes Teixeira, já pediu o confronto das digitais do investigador com as deixadas no Vectra prata que foi utilizado no crime, segundo a polícia. Não há previsão de data para sair o resultado da perícia técnica.

O DHPP aponta a quadrilha do investigador Wanderson Nilton de Paula Lima, 23, o Andinho, como autora do assassinato.

Diniz, que foi afastado da Polícia Civil e está preso, é acusado pela Deas (Delegacia Especializada Anti-Sequestro) de Campinas de envolvimento com a quadrilha do sequestrador.

Segundo a Folha apurou, o policial da Deas Eudes Trevisan, que também foi afastado e está preso com Diniz em São Paulo sob a mesma acusação, afirmou, em depoimento ao DHPP, que Diniz sabia da participação do bando de Andinho na morte do prefeito desde o início do caso.

O depoimento de Diniz ao DHPP será acompanhado pelo delegado da 3ª Delegacia de Crimes Funcionais da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, Francisco Gastão Luppi, pelo Ministério Público de Campinas e pelo advogado da família de Toninho, Ralph Tórtima Sttetinger.

A Corregedoria investiga, por determinação do delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo, a ação de policiais de Campinas em Caraguatatuba, que resultou na morte de quatro homens.

Dois deles eram integrantes da quadrilha de Andinho e suspeitos de participação no assassinato de Toninho.

No início do inquérito que apura resistência seguida de morte, então presidido pela Delegacia Seccional de São Sebastião, cinco policiais de Campinas se apresentaram como participantes da ação no litoral norte.

De acordo com depoimento do sequestrador Cristiano Nascimento de Faria, estavam no Vectra prata na noite da morte do prefeito: Andinho, Valdecir Souza de Moura, o Fiinho, Anderson José Bastos, o Anso_ que seria o autor do disparo que matou Toninho_, e Valmir Conti, o Valmirzinho. Os dois últimos foram mortos no litoral.

Somente no mês passado, o advogado Daniel Leon Bialski, que defende Diniz, afirmou à Folha que o investigador também esteve em Caraguatatuba. No entanto o investigador apresentou um álibi: viajou no mesmo dia para Porto Seguro (BA), de onde realizou uma série de ligações telefônicas, de acordo com a polícia e com o próprio advogado.

"Logo após a ação em Caraguatatuba, Diniz falou com Andinho informando que não havia participado das mortes. Onde já se viu policial prestar satisfações para bandido?", perguntou Luppi.

O delegado não soube informar se a ligação foi feita por Andinho ou pelo investigador. "Polícia caça e bandido foge. Não tem essa de se justificar. Chega até a ser irônico", afirmou.

Outro lado

O advogado Daniel Leon Bialski, que defende o investigador Rogério Salum Diniz, não foi localizado pela Folha para comentar a investigação do DHPP sobre a participação do seu cliente na morte do prefeito.

Em entrevista anterior, Bialski negou que Diniz tivesse se envolvido com a quadrilha e participado de ações do bando. Segundo ele, a aproximação do investigador com Andinho visava apenas a prisão do grupo.

Sobre a omissão do nome de Diniz no inquérito que investiga a ação em Caraguatatuba, que aconteceu em outubro passado, o advogado afirmou que o investigador queria garantir a segurança da própria família.

Bialski disse que o cunhado de Diniz dirige a lotação do transporte alternativo de Campinas que passa pelo Jardim São Fernando, onde fica a base de Andinho.

O advogado declarou ainda que a ida de Diniz para Porto Seguro logo após a ação no litoral norte "fazia parte da estratégia para prender o bando".

"Ele [Diniz] foi viajar para servir de escudo para ele e para a família dele", disse. Para o advogado, a viagem para Porto Seguro não pode ser interpretada como "um álibi forjado" por Diniz.
 

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