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15/04/2002
-
04h48
CHICO DE GOIS
da Folha de S.Paulo
O processo de ressocialização de um detento que cometeu crimes sexuais é feito por meio de terapias cujo objetivo é fazer com que ele entenda o crime que cometeu e por que o fez.
Apesar de os presidiários "colaborarem" com o processo, como destaca a coordenadora de saúde do sistema penitenciário do Estado, Maria Eli Colloca Bruno, os resultados nem sempre são animadores. Além disso, não há um acompanhamento psicológico depois que o detento é solto.
O psiquiatra Charles Louis Kiraly, 44, que há nove trabalha nos presídios paulistas, estima que, de cada dez estupradores que deixam a prisão, pelo menos quatro voltarão a cometer o crime. "É um número elevado", afirma.
Não há dados na Secretaria de Administração Penitenciária sobre a reincidência desse delito. A observação de Kiraly é baseada em sua experiência diária.
Para Kiraly, há dois tipos de estupradores: o ocasional e o reincidente. O primeiro é considerado uma pessoa comum que, num determinado momento de sua vida, não resiste a um impulso e acaba cometendo o crime.
O psiquiatra usa um ditado popular para exemplificar os motivos que levam alguém cometer esse delito: "A ocasião faz o ladrão".
O segundo tipo de estuprador geralmente sofre de distúrbio patológico. São os chamados sexopatas, ou seja, têm compulsão em manter relações sexuais com o maior número de pessoas possível e se utilizam da força para obter prazer. Esses estupradores são condenados a cumprir penas em casas de custódia (há três no Estado de São Paulo) e não em presídios comuns, pois necessitam de tratamento mais intenso.
Kiraly diz que muitos estupradores têm problemas cujas raízes estão no passado. É comum, por exemplo, terem sido violentados na infância.
Ou serem dependentes de drogas ou álcool, o que não quer dizer que pessoas com essas características venham a se tornar estupradores no futuro.
O psiquiatra lembra de um paciente, diretor de uma creche, casado, que durante cinco anos violentou crianças de 3 a 14 anos. Na terapia, ele descobriu que o paciente também havia sido violentado quando criança.
Muitas vezes, diz Kiraly, o estuprador cria uma espécie de fantasia para se desculpar do crime. Ele contou a história de outro detento que era apaixonado pela filha de 14 anos, a quem violentou durante cinco anos, e que, para justificar seu ato, dizia que a menina não era sua filha.
Fim da punição interrompe tratamento
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da Folha de S.Paulo
O processo de ressocialização de um detento que cometeu crimes sexuais é feito por meio de terapias cujo objetivo é fazer com que ele entenda o crime que cometeu e por que o fez.
Apesar de os presidiários "colaborarem" com o processo, como destaca a coordenadora de saúde do sistema penitenciário do Estado, Maria Eli Colloca Bruno, os resultados nem sempre são animadores. Além disso, não há um acompanhamento psicológico depois que o detento é solto.
O psiquiatra Charles Louis Kiraly, 44, que há nove trabalha nos presídios paulistas, estima que, de cada dez estupradores que deixam a prisão, pelo menos quatro voltarão a cometer o crime. "É um número elevado", afirma.
Não há dados na Secretaria de Administração Penitenciária sobre a reincidência desse delito. A observação de Kiraly é baseada em sua experiência diária.
Para Kiraly, há dois tipos de estupradores: o ocasional e o reincidente. O primeiro é considerado uma pessoa comum que, num determinado momento de sua vida, não resiste a um impulso e acaba cometendo o crime.
O psiquiatra usa um ditado popular para exemplificar os motivos que levam alguém cometer esse delito: "A ocasião faz o ladrão".
O segundo tipo de estuprador geralmente sofre de distúrbio patológico. São os chamados sexopatas, ou seja, têm compulsão em manter relações sexuais com o maior número de pessoas possível e se utilizam da força para obter prazer. Esses estupradores são condenados a cumprir penas em casas de custódia (há três no Estado de São Paulo) e não em presídios comuns, pois necessitam de tratamento mais intenso.
Kiraly diz que muitos estupradores têm problemas cujas raízes estão no passado. É comum, por exemplo, terem sido violentados na infância.
Ou serem dependentes de drogas ou álcool, o que não quer dizer que pessoas com essas características venham a se tornar estupradores no futuro.
O psiquiatra lembra de um paciente, diretor de uma creche, casado, que durante cinco anos violentou crianças de 3 a 14 anos. Na terapia, ele descobriu que o paciente também havia sido violentado quando criança.
Muitas vezes, diz Kiraly, o estuprador cria uma espécie de fantasia para se desculpar do crime. Ele contou a história de outro detento que era apaixonado pela filha de 14 anos, a quem violentou durante cinco anos, e que, para justificar seu ato, dizia que a menina não era sua filha.
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