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26/01/2009 - 15h10

Após desabamento na Renascer, vizinho visita casa parcialmente destruída

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CLAYTON FREITAS
da Folha Online

Após ter parte de sua casa destruída com o desabamento do teto da sede da igreja Renascer, no Cambuci (centro de São Paulo), o representante comercial Marassoré Roberto Moregola, 67, esteve nesta segunda-feira no local onde mora há cerca de 40 anos. Na tragédia, ocorrida no último dia 18, nove mulheres morreram e mais de cem pessoas ficaram feridas.

A empresa contratada para derrubar o que restou do templo continua a quebrar parte da parede esquerda hoje. A estimativa é que todo o trabalho se prolongue pelos próximos dez dias.

Veja a cobertura completa sobre o desabamento na Renascer
Assista ao vídeo do momento do desabamento na Renascer

Moregola e a mulher compõem uma das oito famílias que tiveram de deixar suas casas após danos provocados por partes do teto. Eles ainda não sabem quando vão poder voltar ao imóvel.

Zanone Fraissat - 25.jan.2009/Folha Imagem
Desabamento do teto da Renascer deixou nove pessoas mortas e uma centena de feridos; imóveis vizinhos permanecem interditados
Desabamento do teto da Renascer deixou nove pessoas mortas e uma centena de feridos; imóveis vizinhos permanecem interditados

O representante comercial e a mulher retornaram hoje ao local após um cruzeiro que fizeram na costa brasileira. Eles saíram de São Paulo por volta das 12h do dia 18 rumo a Santos, de onde partiram por volta das 17h.

Moregola afirma que ficou sabendo do acidente já em alto-mar e telefonou para uma filha. "Mais uma vez eu escapei. Já tive câncer, um infarto e fugimos de um desabamento. Mas quando vi aquilo [imagens na TV], ali acabou nosso passeio", afirma o representante comercial.

Acompanhado de uma equipe da Defesa Civil do Município, ele visitou as dependências de sua casa --localizada em uma vila encravada no meio da rua Robertson. Ele permitiu que equipes de reportagem estivessem presentes.

A parte atingida do sobrado de Moregola dividia a parede lateral esquerda do prédio da Renascer. Os cômodos parcialmente destruídos foram uma edícula e parte superior da casa.

Em visita aso local, a reportagem da Folha Online constatou um misto de depósito de equipamentos domésticos --com freezer, máquina para produzir milk shake, louças, cristais, equipamentos para cortar frios, máquina de fazer pão, aspirador de pó--, além de produtos como galões de molho de soja e demonstrações diversas do catálogo utilizado pela mulher dele, também representante comercial.

Tudo está encoberto por pedaços de tijolos e o que restou do telhado. O cômodo está descoberto e também contém água da chuva. Cupins dominam restos de madeiras existentes dentro do ambiente.

A mulher de Moregola fica com os olhos marejados ao lembrar do conjunto de cristais doados por uma parente. Ela se alivia ao lembrar que uma moto dada a um dos netos presente de Natal e que ficou na sala.

Ela diz que guardou pratarias, cristais e demais equipamentos no local devido às festas de final de ano e que antes de embarcar não teve tempo de guardar tudo.

Negociação

Moregola afirma que o local também servia de escritório. Como sua casa está interditada pela Defesa Civil, ele não terá como trabalhar. "É prejuízo na certa. O quanto eu ainda não sei", diz.

Ele e a mulher estão abrigados em um hotel pago pela igreja. Como voltaram de viagem há pouco tempo e estão com duas malas cheias de roupas, não levaram nada da casa.

Moregola afirma que a relação com os moradores e a igreja nunca foi pacífica. Entretanto, diz se relacionar bem com as cerca de dez famílias de fiéis que moram no local, alguns ligados à diretoria da igreja.

Ele diz acreditar numa negociação com a igreja e não fala por ora em procurar a Justiça. "Vamos conversar, ter diálogo para saber o que farão para recuperar o meu imóvel", disse.

 

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