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17/04/2002 - 18h11

Vereador acusa Marta Suplicy de tramar sua expulsão do PT

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CONSTANÇA TATSCH
da Folha Online

O vereador Carlos Giannazi, expulso na noite de ontem do PT, disse nesta quarta-feira que a reunião do Diretório Municipal do partido, que decidiu por 30 votos a 12 pela sua expulsão, foi "um jogo de cartas marcadas, controlado pela prefeita Marta Suplicy". Giannazi vai recorrer da decisão.

"A prefeita dirigiu tudo. Ela mandou sua infantaria (três secretários) e todos estavam a serviço dela", disse Giannazi, expulso por desafiar o governo ao manter posição contrária à proposta de incluir novos gastos na verba obrigatória da educação.

A prefeita Marta Suplicy não quis comentar a expulsão do vereador. "Eu fico contente de a gente ter 31% de educação na minha cidade. A expulsão (do vereador) é problema do diretório", disse Marta à rádio CBN.

Na opinião de Giannazi, que afirma ainda ser petista, a inclusão de gastos com uniformes e projetos sociais como Renda Mínima, Bolsa Trabalho e Começar de Novo diminuem o percentual de investimento em educação de 30% para 25%. O vereador foi presidente da CPI da Educação da Câmara Municipal, em 2001.

O vereador afirmou que já recebeu propostas para integrar "quase todos os partidos", mas pretende recorrer da decisão no Diretório Estadual do PT, que em 90 dias deve dar um novo parecer sobre o caso. Se a decisão for mantida, Giannazi recorrerá ao Diretório Nacional do PT.

Desde que a comissão de ética sugeriu sua expulsão, na semana passada, ele procurou lideranças do PT para tentar reverter o quadro. Conseguiu o apoio de personalidades como o presidente da Câmara, José Eduardo Martins Cardozo, e o presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que se colocaram contra a expulsão.

"Estou no PT há 22 anos, ajudei a construí-lo. O partido não é da Marta Suplicy. O meu PT é sério, não é esse da governabilidade que faz acordo até com o [Orestes] Quércia", disse o vereador, referindo-se a supostas negociações de cargos com o PMDB em troca de apoio na Câmara Municipal.

Giannazi parece não se importar em voltar para um partido no qual não seria bem-vindo por muitas lideranças. "Isso tudo é desgastante, mas a situação foi criada por um capricho da prefeita".

Marta teria dito que se sentiu "traída" com a posição do vereador. Giannazi, porém, se defende e diz que essa foi a primeira vez que votou contra o PT e que defende a fidelidade partidária, contanto que a votação "seja correta". Segundo ele, muitos vereadores se sentiram "constrangidos" em votar o projeto, que não teria sido discutido com os educadores petistas.

Quebra-quebra
Giannazi responsabilizou o secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini, pelo tumulto ocorrido ontem no diretório municipal na Vila Mariana (zona sul), iniciado depois do anúncio da decisão.

Pouco antes da meia-noite, cerca de 300 militantes, que estavam no local desde o início da votação, invadiram o diretório e começaram um quebra-quebra. Zarattini foi agredido e ficou com o nariz sangrando. Manifestantes também tentaram atingir o vereador João Antônio.

"Depois da decisão, o secretário se dirigiu aos manifestantes em tom irônico, para tripudiar sobre as pessoas", afirmou o vereador.

O secretário responsabilizou hoje assessores de Giannazi pela violência no diretório. "Não fui o agredido, mas o PT", disse Zarattini à rádio CBN.

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