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17/07/2000 - 17h08

Polícia investiga 12 vereadores e ex-vereadores de SP

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FABIANE LEITE, repórter da Folha Online

Doze vereadores e ex-vereadores de São Paulo que aparecem em lista encontrada na casa de Carlos Augusto Meinberg, ex-secretário de governo de São Paulo, são, agora, o centro das atenções da Polícia Civil e do Ministério Público em investigação sobre existência de funcionários fantasmas na empresa municipal Anhembi Turismo e Eventos.

A Anhembi é uma entidade de economia mista em que a Prefeitura de São Paulo é uma das principais acionistas.

A Folha Online obteve a lista dos 12 parlamentares e ex-parlamentares que mais indicaram funcionários na Anhembi, segundo a relação que estava com Meinberg e que tem no total 30 nomes de vereadores e ex-vereadores.

A lista é mantida em sigilo pela polícia. Estão no "topo" desta relação os ex-vereadores Hanna Garib e Zé Índio e os vereadores Wadih Mutran, Emílio Meneghini, Cosme Lopes, Dito Salim, Domingos Dissei e Brasil Vita, todos do PPB, além de Ivo Morganti, PMDB, Bruno Feder e Alan Lopes, ambos do PTB, e Maria Helena , do PL.

No total, os 30 vereadores indicaram cerca de cem funcionários na empresa. A polícia e o Ministério Público já sabem que alguns destes funcionários eram fantasmas na Anhembi. Os seus nomes não foram revelados.

A lista foi apreendida no dia 31 de março na casa de Meinberg, em operação feita por delegados e promotores. Em depoimento prestado à polícia, Meinberg, que hoje é o secretário de Administração da prefeitura, afirmou que "achou" a lista em seu gabinete e a levou para casa, para análise. Ele negou que a lista lhe pertencesse.

A polícia já começou a ouvir os funcionários que constam na relação. Muitos deles não trabalham mais na Anhembi. Ainda não foi decidido se serão chamados todos os vereadores para prestar depoimento.

A apuração sobre a lista é a última etapa do inquérito policial sobre a Anhembi, que já tem 50 volumes e dura um ano e três meses. Durante a investigação, foram ouvidas 400 pessoas, entre elas o ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PPB) e o prefeito Celso Pitta (PTN), ambos suspeitos de fazer indicações na empresa, o que eles negam. Ninguém foi indiciado ainda.

Outro lado

O vereador Dito Salim nega ter feito indicações na Anhembi, apesar de seu nome constar na lista. "Mas se tivesse feito, não vejo problema, se fossem pessoas que trabalhassem", afirmou o vereador.

A assessoria de imprensa de Cosme Lopes informou que desconhece indicações do parlamentar na Anhembi.

A assessoria de Domingos Dissei também nega indicações do vereador.

O vereador Alan Lopes também negou ter feito indicações na Anhembi. Ele foi diretor de eventos da empresa por cinco meses, em 1998, mas afirma que o prefeito Celso Pitta (PTN) não o deixou "levar ninguém".

Lopes, no entanto, diz que costuma emitir cartas de recomendação e não refuta a possibilidade de alguém ter se apresentado para cargo da Anhembi com um destes documentos. "Mas quem tem de verificar tudo é Anhembi". O vereador afirma que não tem controle sobre as cartas de recomendação que emite.

Os demais vereadores foram procurados por telefone em seus gabinetes, mas não foram encontrados até o momento.

O ex-vereador Hanna Garib também negou ter feito indicações na Anhembi. Garib elegeu-se como deputado estadual, mas foi cassado em razão de denúncias de seu envolvimento com corrupção. A reportagem ainda não obteve contato com o ex-vereador Zé Índio, hoje deputado federal.

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