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23/04/2002 - 22h38

Prefeito de Santa Cruz fará torneio de pesca para acabar com piranhas

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MÁRIO TONOCCHI
da Folha de S.Paulo, em Campinas

O prefeito de Santa Cruz da Conceição, Jair Capodifóglio (PSDB), 43, iniciou nesta terça-feira o levantamento de custos para a realização de um torneio de pesca na represa da cidade, conhecida como "Prainha", onde turistas estão sendo atacados por piranhas pirambebas.

A medida está sendo estudada para evitar a estratégia de lançamento de 20 mil alevinos de matrinxã, peixe exótico da bacia amazônica, que serviria como inimigo natural das piranhas.

O lançamento de uma espécie que não seja da região é considerado crime ambiental pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e pode render prisão de um a quatro anos para o prefeito, caso ele mantivesse a decisão.

O pesquisador do Ibama, José Oswaldo Junqueira Mendonça, 52, já avisou que se os alevinos de matrinxã fossem utilizados o prefeito iria preso. "A lei de crimes ambientais proíbe a introdução de espécies que não sejam nativas dos sistemas ambientais" afirmou o pesquisador.

O matrinxã é uma espécie nativa da bacia amazônica e não pode ser introduzida na bacia do rio Mogi-Guaçu, formadora da represa construída em 1977, no ribeirão do Roque.

"Mas os técnicos disseram que poderíamos introduzir os alevinos de matrinxã. Pelo jeito não tem como fazer. Se tentamos combater as piranhas é ilegal. Se deixamos, o comércio sofre com a queda de frequência na represa", afirmou o chefe de gabinete da prefeitura, Sérgio Tessari, 53.

O comércio da cidade, que tem 4.000 habitantes, depende do faturamento que a represa proporciona, principalmente nos finais de semana, segundo o presidente da Acisc (Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Santa Cruz da Conceição), Carlos Augusto Ferreira Vinagre, 44.

O torneio é uma das soluções apontadas por especialistas para diminuir o número de piranhas que estão atacando turistas que frequentam a "Prainha".

Nos finais de semana, pelo menos 2.000 pessoas frequentam o local.

Festival
O pesquisador do Instituto de Pesca, órgão ligado à Coordenadoria da Pesquisa do Agronegócio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, de São Paulo, Geraldo Barbieri, 59, fez a sugestão da realização do torneio.

"É uma das saídas para o problema que a cidade está enfrentando na represa. A pirambeba é uma espécie muito difícil de ser combatida, já que forma grande bandos com muita rapidez", observou o pesquisador.

Para o pesquisador, além do torneio, a administração municipal da cidade deveria promover também um festival de caldo de piranha.

"Seria um atrativo a mais para a cidade. Isso pode até acabar se tornando um evento conhecido para a cidade e aquecer a economia local", afirmou Barbieri.
 

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