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24/04/2002 - 21h43

Campinas lidera furto e roubo de carros no interior

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ELI FERNANDES
da Folha de S.Paulo, em Campinas

O total de furtos e roubos de veículos nas 90 cidades da região de Campinas atendidas pelo Departamento de Polícia do Interior (Deinter 2) é, desde 2000, maior do que a soma das ocorrências desses crimes no restante do interior do Estado de São Paulo.

No ano passado, 28.955 veículos foram furtados ou roubados da área da região de Campinas. No resto do interior de São Paulo, onde existem outros seis Deinters, a marca foi de 24.514 em 2001.

Em 2000, essa diferença foi ainda maior. Enquanto nas seis regiões do Estado foram levados 24.914 veículos, só na área de Campinas foram 32.914 casos.

O Deinter 2 responde por 90 municípios da região de Campinas. Os outros seis departamentos do interior (que abrangem as regiões de São José dos Campos, Ribeirão Preto, Bauru, São José do Rio Preto, Santos e Sorocaba) são responsáveis por 516 cidades.

Campinas só perde para a capital e para a Grande São Paulo, onde, no ano passado, foram furtados e roubados 108.651 e 52.828 veículos, respectivamente.

Na relação com o número de habitantes, a região de Campinas também lidera os casos de furtos e roubos de veículos no interior do Estado. Nas cidades do Deinter 2, em 2001, a taxa de casos para cada grupo de 100 mil habitantes foi de 527,43. A segunda área com maior taxa era a do Deinter 6 (Santos), com 305,71 casos.

Em 2000, em Campinas a taxa era ainda maior, 612,35 por grupo de 100 mil pessoas. A segunda região de maior incidência naquele ano foi a do Vale do Paraíba, onde a taxa era de 316,35.

Os números foram apresentados nesta semana pela Ouvidoria da Polícia do Estado como indicativo da falta de ação da Polícia Civil da região de Campinas.

Somente neste ano a polícia encontrou na cidade o maior desmanche de veículos do Estado. No entanto o Ministério Público já apontava em 1999 a existência do local. O caso está sendo investigado pela Promotoria.

"Há muito tempo, portanto, as estatísticas oficiais sinalizavam que algo estranho estava ocorrendo com a segurança pública, em Campinas", afirmou o ouvidor da Polícia de São Paulo, Fermino Fecchio, em texto publicado no boletim da Ouvidoria.

O texto cita a ação realizada por policiais da capital que estouraram o desmanche ilegal de veículos "Tancredão", este mês, no Jardim Campos Elíseos. "À vista de todos, numa das principais avenidas da cidade", afirmou Fecchio.

O delegado que dirige o Deinter 2, Laerte Goff Macedo, disse que a existência do problema é pública. "Já estamos tomando as devidas providências", declarou.

O ouvidor afirmou que foi preciso que policiais de São Paulo se deslocassem até Campinas para corrigir o que chama de "omissão da polícia".

Fecchio diz ainda que "muita coisa precisa mudar na polícia de Campinas". "Um bom início, por certo, seria prestigiar os bons policiais que ainda restam e afastar definitivamente os que causaram tanto mal à reputação da polícia campineira", afirmou.

Uma das consequências desse alto número de roubos e furtos de veículos é o fato de a cidade ter uma das mais altas taxas de seguros de veículos do país.

"A gente tem observado que é uma região crítica, uma das piores do país", disse Marcos Carcavalle, que é integrante da Comissão de Sinistro do Sindicato das Empresas de Capitalização e Seguro do Estado.

Queda
Em todo o Estado houve decréscimo nos números de furtos e roubos de veículos entre 2000 e 2001, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública.

Somente a Baixada Santista e a região de Sorocaba não registraram decréscimo nesse tipo de crime. Em Campinas, houve queda de 12,03% entre os dois anos.
 

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