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26/04/2002 - 19h51

Chacina deixa 5 mortos e fere criança em pequena cidade mineira

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da Agência Folha, em Belo Horizonte

Uma chacina ocorrida na manhã de hoje na cidade de Monte Carmelo (na região do Alto Paranaíba mineiro) deixou um saldo de cinco mortos e uma criança ferida.

O instrutor de auto-escola Cláudio Mázio Matias, 31, é acusado de ter matado a tiros a ex-mulher, um cunhado, a concunhada e a amante, além de atirar no filho de apenas 2 anos. Após os assassinatos, Matias se suicidou com um disparo contra a cabeça.

Por volta das 7h30, vizinhos ouviram o barulho de tiros e pedidos de socorro vindos da casa de Carlos Alberto Thomas Rocha, 39, cunhado do instrutor, e acionaram a PM.

Pouco depois, quando um carro policial chegou à casa, localizada no bairro Boa Vista, próximo ao centro do município, foi recebido no portão por Matias, que fez três disparos contra os policiais, que revidaram.

O instrutor ainda tentou fugir, mas, ao entrar novamente na casa, deu um tiro contra a própria cabeça. Dentro do local estavam os corpos de Márcia Ruber Marcelo Barbosa, 36, ex-mulher de Matias, do cunhado do instrutor e de mulher dele, Rosa Ioco Sugwara, 38. Todos foram mortos a tiros.

O filho do instrutor, Rubens Castalone Barbosa Matias, um bebê de 2 anos, levou um tiro na perna direita.

Fora da casa, os policiais ainda encontraram, dentro de um carro, o corpo de Adélia Maria das Chagas, 24, suposta amante de Matias. O instrutor ainda tentou matar a garota Patrícia Thomas da Rocha, 11, sua sobrinha.

Ao persegui-la, ele deparou-se com a chegada da polícia. A menina escapou sem ferimentos. De acordo com informações da PM de Monte Carmelo, o bebê não corre risco de morte. Ele foi medicado e recebeu alta hoje mesmo.

Separação
Segundo moradores da cidade, ouvidos pela reportagem, o motivo do crime seria a tentativa frustrada de Matias de se reconciliar com a ex-mulher. Eles estavam separados havia cerca de dois meses.

A sócia de uma oficina de motos que fica em frente ao local da chacina, Hulba Maria Rosa, 31, disse que o instrutor vinha ameaçando a ex-mulher, que foi obrigada a mudar-se para a casa do irmão.

"Ele estava arrependido da separação e vivia atrás da mulher, que não queria a reconciliação. Ele sempre foi muito revoltado", afirmou.

Ao chegar para trabalhar em sua oficina, Hulba escutou os tiros na casa e presenciou a movimentação de Matias. Segundo ela, durante os assassinatos, o instrutor costumava chegar à frente da casa para certificar-se de que a polícia não estava no local.

Febem
Moradores ainda contam que Matias passou praticamente toda a sua adolescência em um centro de recuperação para menores. "Ele era revoltado porque foi criado na Febem", disse Hulba.

O instrutor teria ficado internado dos 10 aos 17 anos. Na delegacia da cidade não há nenhum registro de agressão familiar contra Matias.

Após deixar a Febem, não há também nenhuma ocorrência contra ele na PM, segundo informou o cabo Adaílton de Souza.

O crime chocou a pequena cidade de Monte Carmelo. Até o final da tarde de hoje a polícia ainda fazia trabalhos de perícia no local do crime.

Choque na pequena cidade
Situada a 486 quilômetros de Belo Horizonte, Monte Carmelo possui 40 mil habitantes e apenas uma delegacia de polícia. Nela trabalham um delegado e quatro detetives. O índice de violência é bastante baixo.

No ano passado, segundo dados da PM, aconteceram somente seis assassinatos, o mesmo índice de 2000.

Os corpos deverão ser enterrados amanhã, mas até o final da tarde de hoje o local e o horário ainda não haviam sido definidos. A casa onde aconteceu a chacina foi interditada pela polícia.
 

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