Publicidade
Publicidade
18/07/2000
-
04h08
WILLIAM FRANÇA, da Folha de S.Paulo
O Brasil assinará hoje declaração em que se compromete a repassar para os países africanos tecnologia e experiência adquirida com a distribuição universal e gratuita dos 12 remédios que integram o coquetel anti-Aids.
Será o primeiro documento em que os cinco países lusófonos (de língua portuguesa) africanos (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) se comprometem a priorizar o controle, a prevenção e o tratamento da doença.
Em Moçambique, por exemplo, 13,2% da população está infectada com o HIV. Nos quatro demais países, a taxa de infecção é de 3%, mas bem acima da taxa brasileira, de 0,5%.
A decisão de repassar tecnologia se dará apesar das críticas que o país vem recebendo de grandes laboratórios farmacêuticos e de algumas nações, como os Estados Unidos, que ameaçam -ainda que veladamente- recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) questionando a cessão das patentes.
"O Brasil tem enorme responsabilidade sobre o grupo, pois é o único, dentre os países em desenvolvimento, a deter tecnologia na área de tratamento", afirmou Paulo Roberto Teixeira, coordenador nacional do programa DST-Aids, do Ministério da Saúde, em Maputo.
Nos últimos anos, ao produzir os próprios medicamentos do coquetel, o Brasil baixou de US$ 7.500 para US$ 4.700 os gastos anuais com cada pessoa com Aids, o que resultou na redução de 50% no número de mortes e na queda em 80% das internações hospitalares, segundo o Ministério da Saúde. Atualmente, 90 mil das 530 mil pessoas que, segundo estimativas, estão infectadas com o HIV no Brasil recebem o coquetel gratuitamente.
"É com base nessa experiência que o Brasil, com o apoio das Nações Unidas, deseja ampliar a cooperação que mantém com os países africanos", disse ontem o presidente Fernando Henrique Cardoso, durante discurso em Moçambique. Hoje, laboratórios oficiais brasileiros produzem 8 dos 12 remédios do coquetel.
O Brasil não exporta os remédios -mas vai passar a fazê-lo, além de repassar as técnicas de medicação e acompanhamento dos doentes.
Leia mais notícias de cotidiano na Folha Online
Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
País se compromete a repassar tecnologia no cuidado com HIV
Publicidade
O Brasil assinará hoje declaração em que se compromete a repassar para os países africanos tecnologia e experiência adquirida com a distribuição universal e gratuita dos 12 remédios que integram o coquetel anti-Aids.
Será o primeiro documento em que os cinco países lusófonos (de língua portuguesa) africanos (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) se comprometem a priorizar o controle, a prevenção e o tratamento da doença.
Em Moçambique, por exemplo, 13,2% da população está infectada com o HIV. Nos quatro demais países, a taxa de infecção é de 3%, mas bem acima da taxa brasileira, de 0,5%.
A decisão de repassar tecnologia se dará apesar das críticas que o país vem recebendo de grandes laboratórios farmacêuticos e de algumas nações, como os Estados Unidos, que ameaçam -ainda que veladamente- recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) questionando a cessão das patentes.
"O Brasil tem enorme responsabilidade sobre o grupo, pois é o único, dentre os países em desenvolvimento, a deter tecnologia na área de tratamento", afirmou Paulo Roberto Teixeira, coordenador nacional do programa DST-Aids, do Ministério da Saúde, em Maputo.
Nos últimos anos, ao produzir os próprios medicamentos do coquetel, o Brasil baixou de US$ 7.500 para US$ 4.700 os gastos anuais com cada pessoa com Aids, o que resultou na redução de 50% no número de mortes e na queda em 80% das internações hospitalares, segundo o Ministério da Saúde. Atualmente, 90 mil das 530 mil pessoas que, segundo estimativas, estão infectadas com o HIV no Brasil recebem o coquetel gratuitamente.
"É com base nessa experiência que o Brasil, com o apoio das Nações Unidas, deseja ampliar a cooperação que mantém com os países africanos", disse ontem o presidente Fernando Henrique Cardoso, durante discurso em Moçambique. Hoje, laboratórios oficiais brasileiros produzem 8 dos 12 remédios do coquetel.
O Brasil não exporta os remédios -mas vai passar a fazê-lo, além de repassar as técnicas de medicação e acompanhamento dos doentes.
Leia mais notícias de cotidiano na Folha Online
Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice