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06/05/2002 - 18h49

Cantor Belo é intimado a depôr sobre conversa com traficante

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MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

O cantor de pagode Marcelo Pires Viana, 28, o Belo, foi intimado pela Polícia Civil do Rio a prestar depoimento amanhã na Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado) sobre seu suposto envolvimento com o traficante Valdir Ferreira, o Vado, apontado pela polícia como gerente do tráfico na favela do Jacarezinho (zona norte).

A suspeita surgiu a partir de grampos, autorizados pela Justiça, feitos em celulares do criminoso. Segundo a polícia, foram feitas ligações para o número do telefone instalado na casa de Belo.

Segundo o chefe de Polícia Civil, delegado Zaqueu Teixeira, caso o cantor não compareça, a polícia pretende usar da condição coercitiva, ou seja, vai buscá-lo onde estiver e conduzi-lo para o depoimento.

A Polícia Civil esteve hoje na casa do pagodeiro, no Recreio dos Bandeirantes (zona oeste), para entregar a intimação, mas ele não foi encontrado. Informações recebidas pela polícia indiciam que Belo não está no Rio.

"Se eu fosse ele, já estaria na porta da delegacia para falar. Quem não deve, não teme", disse Teixeira.

A reportagem tentou entrar em contato com o advogado de Belo, Sylvio Guerra, mas, até as 18h30 desta segunda-feira, ele não havia sido localizado.

A Polícia Civil informou que nas escutas feitas no celular de Vado foram gravadas conversas entre o traficante e uma pessoa que falou do aparelho instalado na casa do cantor.

A reportagem apurou que, na conversa, o criminoso pede a essa pessoa R$ 11 mil para comprar um "tecido fino". Em troca, daria um "tênis de marca AR". A polícia, no entanto, não confirmou que uma das vozes seria de Belo. No jargão da criminalidade carioca, "tecido fino" seria cocaína. O tênis, um fuzil AR-15.

A fita com a conversa está no Icce (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) para ser degravada. Posteriormente, será encaminhada à Justiça.

Além de Belo, a polícia intimará a namorada do cantor, a modelo Viviane Araújo, e o irmão dele, Rodrigo Guedes dos Santos, dono do telefone que apareceu nas interceptações.

O episódio causou uma crise na cúpula da Secretaria de Segurança Pública do Rio. A Corregedoria de Polícia Civil abriu sindicância para apurar se houve má-fé do ex-titular da Draco, delegado Pedro Paulo de Abreu, que, após ser exonerado do cargo, na quinta-feira, teria revelado informações do inquérito, que está sob segredo de Justiça.
 

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