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11/05/2002
-
03h43
IURI DANTAS
da Folha de S.Paulo
O governo do PSDB em São Paulo vai gastar neste ano em relação a 2001 nove vezes mais em segurança da rede escolar de ensino graças à aprovação de emenda do PT que assegurou R$ 16 milhões para essa despesa. Segundo o Datafolha, a criminalidade é o principal problema do país para 27% do eleitorado do Estado.
O tema deverá dominar o debate eleitoral em torno da sucessão ao governo paulista. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) é pré-candidato à sua reeleição.
Em 2000 e 2001, os valores previstos para a segurança escolar nem sequer foram gastos totalmente. No ano passado, do R$ 1,64 milhão orçado, foi executado R$ 1,47 milhão. No anterior, 1,18 milhão, da previsão inicial de 1,32 milhão, serviu para dar segurança às 6.177 escolas estaduais.
A verba total da Secretaria da Segurança Pública é de R$ 4,8 bilhões; a da pasta da Educação, é de R$ 9 bilhões.
Plano de Alckmin
O plano anunciado na terça-feira por Alckmin para o programa de segurança nas escolas vai usar 10% da verba do Fisp (Fundo de Investimento em Segurança Pública), conforme lei aprovada no ano passado.
Na oportunidade, o governador disse que investe há pelo menos três anos na área e que agora está intensificando a prevenção à violência nas escolas.
No plano, a Secretaria da Segurança terá R$ 16 milhões para o programa e a pasta da Educação, outros R$ 73 milhões. Entre as propostas anunciadas, estão a compra de mais 471 carros de polícia, aquisição de câmeras de TV e a contratação de 2.000 vigias em caráter emergencial.
A verba dos anos anteriores não foi investida em detectores de metal ou câmeras de TV. Em 2000, a maior parte do dinheiro pagou uniformes para as policiais femininas responsáveis pela segurança no entorno das escolas.
Em 2001, a maior parte da verba foi para serviços de informática. Deixaram os cofres públicos para pagar gasolina, manutenção e conservação de veículos cerca de R$ 800 mil no ano passado e R$ 885 mil em 2000.
A capital, com 1.069 escolas, recebeu o maior percentual da verba: 66% no ano passado e 88% no ano anterior.
Mas, dos 39 municípios da região metropolitana, 24 não foram incluídos no programa em 2000 -isso é, não receberam nada para a seguranças nas escolas. No ano passado, 16 ficaram de fora.
E grandes cidades, como São Caetano e Santos e São José dos Campos, não registram aporte de verba nos dois últimos anos.
A cidade com maior número de unidades de ensino estadual da região metropolitana, Guarulhos, por exemplo, recebeu por ano R$ 32,68 e R$ 22,08 para cada uma de suas 153 escolas, em 2000 e 2001.
Críticas
O diretor da Udemo (sindicato dos diretores de escolas), Luiz Gonzaga de Oliveira Pinto, 64, afirma que a ampliação de investimentos na área é necessária, mas tardia. Segundo ele, a presença da polícia "não exclui a necessidade de um aparato educacional para combater o problema."
Já a presidente da Associação de Pais e Alunos do Estado, Hebe Tolosa, elogiou a proposta de reforçar o policiamento nas escolas, mas criticou a possibilidade, admitida nesta semana pelo secretário da Segurança, Saulo de Castro Abreu Filho, de os estudantes serem revistados.
O secretário Gabriel Chalita (Educação) disse ontem também ser contra a revista de alunos pela polícia. Segundo ele, se acontecer, a revista será "esporádica, pontual, em algum local muito violento". "A revista é uma medida limite num caso absolutamente extremo. Sou contra, dentro da sala de aula e na entrada também", afirmou o secretário.
Leia mais:
Lei causou aumento de verba neste ano, afirma secretaria
Verba para segurança nas escolas aumenta 9 vezes
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O governo do PSDB em São Paulo vai gastar neste ano em relação a 2001 nove vezes mais em segurança da rede escolar de ensino graças à aprovação de emenda do PT que assegurou R$ 16 milhões para essa despesa. Segundo o Datafolha, a criminalidade é o principal problema do país para 27% do eleitorado do Estado.
O tema deverá dominar o debate eleitoral em torno da sucessão ao governo paulista. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) é pré-candidato à sua reeleição.
Em 2000 e 2001, os valores previstos para a segurança escolar nem sequer foram gastos totalmente. No ano passado, do R$ 1,64 milhão orçado, foi executado R$ 1,47 milhão. No anterior, 1,18 milhão, da previsão inicial de 1,32 milhão, serviu para dar segurança às 6.177 escolas estaduais.
A verba total da Secretaria da Segurança Pública é de R$ 4,8 bilhões; a da pasta da Educação, é de R$ 9 bilhões.
Plano de Alckmin
O plano anunciado na terça-feira por Alckmin para o programa de segurança nas escolas vai usar 10% da verba do Fisp (Fundo de Investimento em Segurança Pública), conforme lei aprovada no ano passado.
Na oportunidade, o governador disse que investe há pelo menos três anos na área e que agora está intensificando a prevenção à violência nas escolas.
No plano, a Secretaria da Segurança terá R$ 16 milhões para o programa e a pasta da Educação, outros R$ 73 milhões. Entre as propostas anunciadas, estão a compra de mais 471 carros de polícia, aquisição de câmeras de TV e a contratação de 2.000 vigias em caráter emergencial.
A verba dos anos anteriores não foi investida em detectores de metal ou câmeras de TV. Em 2000, a maior parte do dinheiro pagou uniformes para as policiais femininas responsáveis pela segurança no entorno das escolas.
Em 2001, a maior parte da verba foi para serviços de informática. Deixaram os cofres públicos para pagar gasolina, manutenção e conservação de veículos cerca de R$ 800 mil no ano passado e R$ 885 mil em 2000.
A capital, com 1.069 escolas, recebeu o maior percentual da verba: 66% no ano passado e 88% no ano anterior.
Mas, dos 39 municípios da região metropolitana, 24 não foram incluídos no programa em 2000 -isso é, não receberam nada para a seguranças nas escolas. No ano passado, 16 ficaram de fora.
E grandes cidades, como São Caetano e Santos e São José dos Campos, não registram aporte de verba nos dois últimos anos.
A cidade com maior número de unidades de ensino estadual da região metropolitana, Guarulhos, por exemplo, recebeu por ano R$ 32,68 e R$ 22,08 para cada uma de suas 153 escolas, em 2000 e 2001.
Críticas
O diretor da Udemo (sindicato dos diretores de escolas), Luiz Gonzaga de Oliveira Pinto, 64, afirma que a ampliação de investimentos na área é necessária, mas tardia. Segundo ele, a presença da polícia "não exclui a necessidade de um aparato educacional para combater o problema."
Já a presidente da Associação de Pais e Alunos do Estado, Hebe Tolosa, elogiou a proposta de reforçar o policiamento nas escolas, mas criticou a possibilidade, admitida nesta semana pelo secretário da Segurança, Saulo de Castro Abreu Filho, de os estudantes serem revistados.
O secretário Gabriel Chalita (Educação) disse ontem também ser contra a revista de alunos pela polícia. Segundo ele, se acontecer, a revista será "esporádica, pontual, em algum local muito violento". "A revista é uma medida limite num caso absolutamente extremo. Sou contra, dentro da sala de aula e na entrada também", afirmou o secretário.
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