Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
18/07/2000 - 19h44

Petrobras admite não ter agido rapidamente no primeiro dia de vazamento

Publicidade

da Agência Folha

A Petrobras não conseguiu deter nesta segunda-feira (18) a mancha de óleo cru que vazou de sua refinaria em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, e admitiu não ter combatido o acidente com os meios apropriados em seu primeiro momento.

Cerca de 4 milhões de litros de óleo vazaram de um duto da refinaria por duas horas na tarde de domingo, o maior acidente do tipo em 25 anos no país. Ontem, apesar de a empresa ter adicionado quatro barreiras de bóias às quatro já existentes na região de Araucária, o óleo já chegava perto de Balsa Nova (43 km a oeste do local do vazamento).

O principal problema era o tipo de bóia utilizado, que não continha ''saias'' adequadas para reter o óleo. ''Num primeiro instante, o equipamento não era totalmente adequado'', afirmou o superintendente da Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), Luiz Valente Moreira.

"A Petrobras não consegue ter em todas as suas unidades os equipamentos necessários. Por isso é que são feitas associações com empresas internacionais para o auxílio em situações como essa'', disse Albando de Souza Gonçalves, diretor deslocado pela estatal para Araucária.

Ainda assim, o prognóstico da direção da Repar era positivo. Para o superintendente Luiz Valente Moreira, a mancha estará controlada em dois dias. Segundo ele, o plano de contingência da Petrobras surtiu ''bons resultados'' nas primeiras 44 horas de trabalho.

Segundo ele, dos 4 milhões de litros que vazaram, 2 milhões ficaram retidos em áreas de contenção da própria refinaria, não atingindo o rio.
Dos 2 milhões litros que teriam atingido o rio, segundo a Petrobras, haveria ainda cerca de 800 mil litros fora de controle. Cerca de 300 mil litros já teriam sido recolhidos e o restante evaporou.

Equipamentos importados dos EUA chegaram ontem à tarde ao Paraná, inclusive bóias com ''saias'' maiores, adequadas ao controle do óleo em rios. Esse material foi colocado nas barreiras existentes e nas quatro feitas ontem.

O vazamento já atinge a fauna local, com diversos pássaros sujos de óleo sendo tratados por moradores e ambientalistas. O principal temor é que o óleo atinja a estação de captação de água em União da Vitória, distante cerca de 280 km da região onde a mancha estava na noite de ontem.

Cerca de mil homens estão trabalhando contra o vazamento, com 150 máquinas, entre caminhões de sucção e escavadeiras que abrem ''desvios'' para tentar recolher o óleo nas margens.

Quatro técnicos norte-americanos chegaram ontem à região e sobrevoaram a área atingida, recomendando ampliar o número de ''desvios''.

A empresa, que já foi multada em R$ 50 milhões pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e pode receber mais penalidades, gastou boa parte do tempo ontem rebatendo críticas à sua atuação.

Moreira disse que comunicou as autoridades do município de Araucária no próprio domingo. "Eu, pessoalmente, às 16h do domingo, comuniquei à Prefeitura de Araucária", disse.

A direção da Petrobras também nega as acusações feitas por parte do
sindicato dos petroleiros, que aponta a demissão de funcionários como um dos principais fatores para a ocorrência de acidentes.

"É impossível termos funcionários em todas as dependências ao mesmo tempo'', disse Moreira.

Para o diretor Gonçalves, é óbvio que o vazamento causa um impacto negativo na opinião pública, especialmente agora que o excedente do controle acionário da empresa será posto à venda.

Para Gonçalves, o problema ocorreu por falha humana ou quebra de equipamentos.

Leia mais notícias de cotidiano na Folha Online

Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página