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18/07/2000
-
23h09
CONRADO CORSALETTE, do Agora São Paulo
O secretário municipal dos Transportes, Getúlio Hanashiro, tentou desqualificar a testemunha que o acusa de receber propina, em seu depoimento nesta terça-feira (18) à promotoria.
O nome do empresário que denunciou em abril o suposto esquema de "caixinha" no sistema de ônibus foi revelado hoje. O Ministério Público mantinha sigilo para preservar a testemunha.
Trata-se de José Idineis Demico, ex-proprietário da Masterbus, que não opera no sistema desde março deste ano. Demico é candidato a vereador pelo PTB.
Para o secretário dos Transportes, o empresário fez a denúncia por vingança. "Fui obrigado a retirá-lo do sistema por não pagar os funcionários e por falta de manutenção da frota", afirmou Hanashiro. "É uma denúncia falsa e vazia, feita por uma pessoa que não tem credibilidade", disse.
O secretário afirmou nunca ter sequer ouvido falar em qualquer esquema de pagamento de propina de empresários a membros da administração municipal.
Demico prestou outro depoimento na segunda-feira (17) e reafirmou suas denúncias: enquanto operou no sistema de ônibus, teve de pagar "caixinha" para receber pelos serviços prestados à prefeitura e para ter a fiscalização "afrouxada" sobre esses serviços.
A denúncia ganhou força com o depoimento, também ontem, de outro empresário que deixou o sistema. João Carlos Chiaroni, dono da Zefir, afirmou ter conhecimento do esquema e deu detalhes do suposto pagamento de propina. Chiaroni disse que nunca pagou a "caixinha". Ele foi retirado do sistema em fevereiro deste ano.
Para o promotor Silvio Antonio Marques, responsável pelo inquérito que investiga as maracutaias no transporte, os ataques de Hanashiro não desqualificam o depoimentos dos empresários.
O promotor, que diz ainda não ter provas concretas para propor uma ação contra a prefeitura, vai ouvir outros empresários no inquérito. Hoje, ele enviou pedido para que a promotoria de Parnaíba, no Piauí, convoque o empresário Luiz Carlos Brandão a depor.
Brandão, proprietário da viação Jabaquara até 97, diz ter uma agenda que contém datas e valores de pagamentos de propina durante o último ano da gestão do ex-prefeito e candidato a sucessão Paulo Maluf (PPB). Maluf nega a existência do esquema.
O Ministério Público tem uma cópia da agenda e busca comprovar sua autenticidade. Brandão teria ainda os números das contas onde a suposta propina era depositada. Segundo a promotoria, dá para chegar ao destino do dinheiro com o rastreamento das contas.
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Secretário desqualifica testemunha e nega esquema de propina em ônibus de SP
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O secretário municipal dos Transportes, Getúlio Hanashiro, tentou desqualificar a testemunha que o acusa de receber propina, em seu depoimento nesta terça-feira (18) à promotoria.
O nome do empresário que denunciou em abril o suposto esquema de "caixinha" no sistema de ônibus foi revelado hoje. O Ministério Público mantinha sigilo para preservar a testemunha.
Trata-se de José Idineis Demico, ex-proprietário da Masterbus, que não opera no sistema desde março deste ano. Demico é candidato a vereador pelo PTB.
Para o secretário dos Transportes, o empresário fez a denúncia por vingança. "Fui obrigado a retirá-lo do sistema por não pagar os funcionários e por falta de manutenção da frota", afirmou Hanashiro. "É uma denúncia falsa e vazia, feita por uma pessoa que não tem credibilidade", disse.
O secretário afirmou nunca ter sequer ouvido falar em qualquer esquema de pagamento de propina de empresários a membros da administração municipal.
Demico prestou outro depoimento na segunda-feira (17) e reafirmou suas denúncias: enquanto operou no sistema de ônibus, teve de pagar "caixinha" para receber pelos serviços prestados à prefeitura e para ter a fiscalização "afrouxada" sobre esses serviços.
A denúncia ganhou força com o depoimento, também ontem, de outro empresário que deixou o sistema. João Carlos Chiaroni, dono da Zefir, afirmou ter conhecimento do esquema e deu detalhes do suposto pagamento de propina. Chiaroni disse que nunca pagou a "caixinha". Ele foi retirado do sistema em fevereiro deste ano.
Para o promotor Silvio Antonio Marques, responsável pelo inquérito que investiga as maracutaias no transporte, os ataques de Hanashiro não desqualificam o depoimentos dos empresários.
O promotor, que diz ainda não ter provas concretas para propor uma ação contra a prefeitura, vai ouvir outros empresários no inquérito. Hoje, ele enviou pedido para que a promotoria de Parnaíba, no Piauí, convoque o empresário Luiz Carlos Brandão a depor.
Brandão, proprietário da viação Jabaquara até 97, diz ter uma agenda que contém datas e valores de pagamentos de propina durante o último ano da gestão do ex-prefeito e candidato a sucessão Paulo Maluf (PPB). Maluf nega a existência do esquema.
O Ministério Público tem uma cópia da agenda e busca comprovar sua autenticidade. Brandão teria ainda os números das contas onde a suposta propina era depositada. Segundo a promotoria, dá para chegar ao destino do dinheiro com o rastreamento das contas.
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