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30/05/2002
-
16h08
SÍLVIA CORRÊA
GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo
O chileno que planejou e liderou o sequestro do publicitário Washington Olivetto, 50, é um dos criminosos mais procurados em seu país. A informação é do diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), Godofredo Bittencourt.
A Folha apurou que ele é Maurício Hernandez Norambuena, oficial e chefe operacional da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (braço armado do Partido Comunista chileno). Eles está envolvido em tráfico de armas, atos terroristas e sequestros.
Com treinamento militar feito na antiga Alemanha Oriental, Norambuena foi chefe do atentado que matou o senador chileno Jaime Guzmán Errázuriz, em 1991.
Guzmán era um ideólogo do regime do ditador Augusto Pinochet (1973-1990), a quem a Frente Patriótica fazia oposição armada. No Brasil, esteve pelo menos uma vez, quando libertou na zona norte de São Paulo um refém estrangeiro.
"Ele praticou crimes pesados. É conhecido no Chile", disse Bittencourt, que não confirmou oficialmente o nome do preso. "É membro do crime organizado. Mas, se é ligado a uma ou outra guerrilha, ainda não temos certeza", completou o secretário, à tarde.
O histórico de Norambuena, aliado a outros indícios, fazem com que a motivação política do sequestro seja uma das hipóteses investigadas, mas a polícia ainda não descarta que a ação tenha sido um crime comum, pois a Frente Patriótica não estaria em operação nos últimos anos.
A tese de crime político é fortalecida por indícios de que membros dessa organização já agiram em casos anteriores no país.
"Eles usaram uma técnica muito parecida com a utilizada no seqüestro de Abílio Diniz [1989] e vieram ao Brasil só para fazer o sequestro", disse o delegado Wagner Giudice, da Delegacia Anti-Sequestro.
Dinheiro para o exterior
No Brasil, o líder da ação tinha pelo menos outras nove pessoas sob seu comando, de acordo com o delegado Wagner Giudice, da Deas (Delegacia Anti-Sequestro).
Todas chegaram ao país em 2001. Teriam vindo exclusivamente para executar o sequestro. Não se sabe em que momento a vítima foi escolhida pelo grupo.
Cinco desses acusados foram presos junto com o líder do grupo em uma chácara em Serra Negra (150 km de SP). Em conversa com os policiais, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública, os seis presos confessaram o sequestro e afirmaram que mandariam o dinheiro do resgate para o exterior.
Inicialmente, a quadrilha pediu US$ 10 milhões pela libertação de Olivetto, mas, nas negociações, já havia reduzido o valor à metade.
Saiba mais sobre guerrilheiro que liderou sequestro de Olivetto
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GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo
O chileno que planejou e liderou o sequestro do publicitário Washington Olivetto, 50, é um dos criminosos mais procurados em seu país. A informação é do diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), Godofredo Bittencourt.
A Folha apurou que ele é Maurício Hernandez Norambuena, oficial e chefe operacional da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (braço armado do Partido Comunista chileno). Eles está envolvido em tráfico de armas, atos terroristas e sequestros.
Com treinamento militar feito na antiga Alemanha Oriental, Norambuena foi chefe do atentado que matou o senador chileno Jaime Guzmán Errázuriz, em 1991.
Guzmán era um ideólogo do regime do ditador Augusto Pinochet (1973-1990), a quem a Frente Patriótica fazia oposição armada. No Brasil, esteve pelo menos uma vez, quando libertou na zona norte de São Paulo um refém estrangeiro.
"Ele praticou crimes pesados. É conhecido no Chile", disse Bittencourt, que não confirmou oficialmente o nome do preso. "É membro do crime organizado. Mas, se é ligado a uma ou outra guerrilha, ainda não temos certeza", completou o secretário, à tarde.
O histórico de Norambuena, aliado a outros indícios, fazem com que a motivação política do sequestro seja uma das hipóteses investigadas, mas a polícia ainda não descarta que a ação tenha sido um crime comum, pois a Frente Patriótica não estaria em operação nos últimos anos.
A tese de crime político é fortalecida por indícios de que membros dessa organização já agiram em casos anteriores no país.
"Eles usaram uma técnica muito parecida com a utilizada no seqüestro de Abílio Diniz [1989] e vieram ao Brasil só para fazer o sequestro", disse o delegado Wagner Giudice, da Delegacia Anti-Sequestro.
Dinheiro para o exterior
No Brasil, o líder da ação tinha pelo menos outras nove pessoas sob seu comando, de acordo com o delegado Wagner Giudice, da Deas (Delegacia Anti-Sequestro).
Todas chegaram ao país em 2001. Teriam vindo exclusivamente para executar o sequestro. Não se sabe em que momento a vítima foi escolhida pelo grupo.
Cinco desses acusados foram presos junto com o líder do grupo em uma chácara em Serra Negra (150 km de SP). Em conversa com os policiais, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública, os seis presos confessaram o sequestro e afirmaram que mandariam o dinheiro do resgate para o exterior.
Inicialmente, a quadrilha pediu US$ 10 milhões pela libertação de Olivetto, mas, nas negociações, já havia reduzido o valor à metade.
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