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13/06/2002 - 08h55

Guarujá supera Praia Grande em ranking de homicídios

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FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

Uma redução de 33,4% na taxa de homicídios entre 2000 e 2001 retirou Praia Grande da primeira colocação entre as cidades mais violentas da Baixada Santista.

Segundo a Fundação Seade, a liderança do ranking regional passou a ser ocupada pelo Guarujá, único município da Baixada onde os assassinatos aumentaram no período -a taxa passou de 60,72 para 62,12 homicídios por 100 mil habitantes. Em Praia Grande, a taxa caiu de 84,46 para 56,25 homicídios por 100 mil habitantes.

O delegado regional da Baixada Santista, Alberto Corazza, afirma que a expansão das áreas de favela no distrito de Vicente de Carvalho, no Guarujá, dificulta a ação policial e é um obstáculo à redução dos índices de criminalidade na cidade.

Em Vicente de Carvalho, na periferia do município, vivem quase 53% dos cerca de 270 mil moradores da cidade. 'É muito complicado fazer policiamento lá, porque as favelas são labirintos, e há muitas casas construídas sobre palafitas', declarou Corazza.

Ele disse que aguarda o envio, pela prefeitura, de um levantamento detalhado de cada favela do município, com base no qual pretende planejar ações. Segundo o delegado, devido à persistência dos índices de violência, Guarujá terá prioridade na distribuição de novos policiais que ingressarão após concurso de admissão.

O prefeito do Guarujá, Maurici Mariano (PTB), informou, por intermédio da assessoria de imprensa, que mantém conversações com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a fim de conseguir reforço para o policiamento local. Pelas contas da administração municipal, o total de homicídios caiu 40% entre janeiro de 2000 e janeiro de 2002. Nos últimos feriados de Natal e Ano Novo, quando a população alcança quase um milhão de pessoas, não ocorreram homicídios, e o registro de boletins de ocorrência diminuiu 23,6% em relação ao ano anterior.

Praia Grande

Dentre os 59 municípios paulistas com mais de 100 mil habitantes, Praia Grande teve a quarta maior redução na taxa de homicídios, atrás de Hortolândia (64,77%), Catanduva (45,12%) e Itapetininga (40,52%).

A acentuada diminuição dos assassinatos em Praia Grande detectada pela Fundação Seade também aparece nas estatísticas da Secretaria Estadual da Segurança, embora os critérios de apuração sejam diferentes.

A secretaria contabiliza os homicídios a partir do local da ocorrência. A Fundação Seade leva em conta o endereço da vítima. Além disso, para as cidades litorâneas, a secretaria inclui no cálculo da taxa a população flutuante. A Seade, somente a população fixa.

Para o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PMDB), a cidade começou a perder o título de campeã regional da violência após a ampliação do contingente local da Polícia Militar, de 220 para 280 policiais, e da criação da Guarda Municipal, com outros 280 homens.

O prefeito crê numa redução ainda maior da violência a partir do mês que vem, quando começará a funcionar uma central de monitoramento de câmeras de vídeo, operada pelas polícias estaduais e pela Guarda Municipal.

Segundo o delegado Alberto Corazza, outras medidas também contribuíram para conter a violência. No ano passado, ele trocou o comando da Polícia Civil na cidade. Além disso, segundo afirmou, as ações contra o tráfico de drogas se intensificaram.

Para Luiz Florêncio Ramos, presidente do Conselho de Segurança de Praia Grande, as reuniões mensais de moradores com delegados, promovidas nos bairros pela entidade, facilitaram a tarefa da polícia. 'A comunidade começou a criar um vínculo de confiança com a polícia e está perdendo o medo de denunciar', afirmou.

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