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Moradores ouvem estalos e Defesa Civil do Rio interdita prédio e sobrados no Recreio
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DIANA BRITO
Colaboração para a Folha Online, no Rio
Um prédio de seis andares e dois sobrados vizinhos foram interditados pela Defesa Civil do Rio sob suspeita de risco de desabamento, na manhã desta terça-feira na avenida Gilka Machado, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio. O edifício é irregular, pois foi construído em área de posse.
Moradores relataram que ouviram estalos no início da madrugada desta terça-feira, o que causou pânico. O Corpo de Bombeiros foi chamado.
"Já existia embargo desse prédio na prefeitura, desde o início da construção. A Secretaria de Urbanismo vai cuidar da parte legal e o construtor será intimado a apresentar a documentação do imóvel", disse o superintendente da Defesa Civil Municipal do Rio, coronel Sérgio Ângelo da Rocha.
Ainda segundo o coronel, após a realização da perícia, foram identificadas deformações no prédio, mas, não há risco iminente de desabamento.
"O resultado do laudo vai acusar se a construção deve ser demolida. Vamos aguardar o parecer do DVE (Departamento de Vistorias Estruturais) da Secretaria de Urbanismo e, por enquanto, vamos manter o prédio interditado ", comentou Rocha.
Já os sobrados que ficam ao lado do edifício também foram interditados como medida de prevenção. Os moradores, que passaram a noite acordados acompanhando os trabalhos de engenheiros e agentes da Defesa Civil, disseram que vão procurar abrigo provisório na casa de amigos e parentes.
Os moradores afirmaram que moram no prédio desde 2007. Segundo eles, o construtor Osvaldo Fernandes entregou o imóvel assim que as obras terminaram.
No início da tarde, alguns moradores retiraram eletrodomésticos, móveis e objetos pessoais do edifício interditado. Eles informaram que o construtor do prédio já havia feito outras construções irregulares na região.
Outro lado
O construtor Osvaldo Fernandes, 39, nega as acusações feitas por alguns moradores do prédio que foi interditado pela Defesa Civil na manhã desta terça-feira. Ele afirma que o prédio não apresenta problemas na construção, mas admite que a situação é irregular.
"Eu acompanhei a ação da defesa Civil e desconheço essas deformações. Estou aguardando o resultado do laudo para me manifestar. Em cinco anos de profissão, essa é a primeira vez que vivo esse tipo de situação. Não existe nenhum dano no prédio", disse Fernandes.
Ainda de acordo com Fernandes, essa não é a única obra construída em terreno de posse na região.
"A minha obra não é a única irregular, se for feito um levantamento, existem mais de mil obras irregulares na zona oeste da cidade. Vou apresentar os documentos necessários, sendo que eles devem levar em conta que 80% das construções nessa região ficam em terrenos de posse", afirmou.
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