Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
04/03/2009 - 13h29

Participação da mulher cresce no mercado de SP, aponta Seade/Dieese

Publicidade

PAULO TOLEDO PIZA
Colaboração para a Folha Online

A participação das mulheres no mercado de trabalho na Grande São Paulo aumentou 1,3% entre os anos de 2007 e 2008. O dado faz parte da pesquisa "A Mulher no Mercado de Trabalho em 2008", realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Conforme o estudo, a proporção de mulheres com mais de 10 anos que participa do mercado --empregada ou desempregada-- passou de 55,1% em 2007 para 56,4% no ano passado. Em relação aos homens, o levantamento --divulgado nesta quarta-feira, em virtude da proximidade com o Dia Internacional da Mulher, que acontece no domingo (8)-- aponta crescimento de 0,6% (71,4% em 2007 contra 72% em 2008).

Segundo o Dieese, houve diminuição do desemprego em ambos os gêneros. Dos trabalhadores homens que atuam na Grande São Paulo, 10,7% estavam desempregados em 2008. Já as mulheres sofrem mais com o desemprego: 16,5% das trabalhadoras.

"A presença dos homens é mais estável, não oscila tanto com o tempo", disse a economista Patrícia Costa, do Dieese. O crescimento das vagas de empregos foi puxado principalmente pela construção civil e a indústria. "São dois setores que tendem a empregar mais homens", afirmou.

A diferença salarial entre homens e mulheres também aumentou em 2008 na Grande São Paulo. Mulheres que trabalham nas indústrias, por exemplo, receberam por hora de trabalho, em 2008, R$ 5,74. No mesmo setor, os homens ganharam R$ 8,48 (diferença de R$ 2,74). Até em setores em que as mulheres têm grande participação, como serviços, a diferença salarial foi verificada --R$ 6,9 recebido por elas contra R$ 7,86 por eles, ou R$ 0,96 a mais para os homens.

A economista ressalta que o aumento de rendimentos na construção civil e na indústria fez com que a média salarial masculina fosse "puxada para cima". "Houve um crescimento maior da mulher no comércio e no serviço, e nesses dois setores houve diminuição de rendimentos. Por isso, puxou a média [salarial feminina] para baixo", disse.

Para 2009, com a crise mundial batendo na porta do Brasil, a projeção não é das mais animadoras para as mulheres, conforme Patrícia. "Os investimentos tendem a acontecer na construção civil, que é um setor que emprega mais homens. Os homens tendem a ser mais beneficiados do que as mulheres. Esse ano deverá ser um pouco mais difícil."

Perfil

Outro estudo do Dieese/Seade, intitulado "Relação Família e Trabalho na Perspectiva do Gênero", aponta o tipo de mulher que mais se encaixa no mercado de trabalho na Grande São Paulo: a que mora sozinha. "Elas são geralmente mais jovens, e provavelmente adiaram o casamento para poder investir na profissão e na educação", disse a pesquisadora e socióloga da fundação Seade Márcia Guerra. Apenas 8,9% dessas profissionais estão desempregadas.

Em contrapartida, as mulheres menos inseridas no mercado são as chefes de família, sem maridos, e que têm filhos (15,6% de desempregadas). "Na maioria das vezes são empregadas domésticas e autônomas, o que lhes dá menores garantias trabalhistas e menores rendimentos", ressaltou a pesquisadora.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página