Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/07/2000 - 19h37

Comissão aponta falha técnica e humana em vazamento de óleo no PR

Publicidade

WAGNER OLIVEIRA, da Agência Folha, em Araucária

Falhas técnica e humana causaram o vazamento de cerca de 4 milhões de litros de óleo da Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), em Araucária (PR), atingindo os rios Barigui e Iguaçu, no último domingo.

A conclusão é de uma comissão formada por três funcionários da Petrobras e dois professores _da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

De acordo com o laudo, o problema começou quando um operador, com 16 anos de serviço, não abriu uma válvula que permitiria a entrada do óleo bombeado do terminal de São Francisco do Sul (SC) para um dos dez tanques da Repar, em Araucária.

Com a falha na operação da manobra, uma peça chamada junta de expansão não resistiu à pressão e se rompeu, deixando vazar entre 13h15 e 15h15 do domingo exatamente 3,939 milhões de litros de óleo cru.

A Petrobras começou no dia 10 do mês passado a instalar na Repar o sistema Scada, programa de automação que contém o software que aumentaria a segurança no processo de bombeamento nos 117 quilômetros de dutos.

Para a instalação do Scada até o mês de outubro, técnicos da Petrobras fizeram adaptações inadequadas no sistema de dutos, que acabaram causando o rompimento da junta de expansão.

O diretor da Petrobras Albano de Souza Gonçalves disse que a direção da companhia vai fazer uma análise mais profunda nos próximos 10 ou 15 dias sobre os responsáveis pelo acidente.

"Seria fácil nesse momento culpar uma ou duas pessoas e amanhã voltar a acontecer outro problema. Queremos fazer uma discussão mais aprofundada de todo o processo e depois discutiremos a questão subjetiva de responsabilidade", afirmou.

O superintendente da Repar, Luiz Valente Moreira, disse que o acidente colocou a sua gestão sob "avaliação" da direção da Petrobras. "Mas continuo confiando no sistema de gerenciamento da Repar sob o meu comando."

Segundo cálculos das equipes de emergência, restavam nesta quinta-feira nas seis barreiras instaladas cerca de 100 mil litros do óleo. As equipes esperam tirar totalmente o produto do espelho d'água nos próximos cinco dias.

Com a autorização concedida pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) para a volta do bombeamento de óleo, com a normalização do sistema de dutos, a direção da Petrobras descarta qualquer risco de desabastecimento nos Estados atendidos pela Repar, principalmente Paraná e Santa Catarina.

A reportagem tentou falar no início da noite de hoje com o presidente do Sindicato dos Petroleiros no Paraná, Helio Luiz Seidel, mas ele não foi localizado em seu telefone celular e em seu gabinete.

Na segunda-feira, quando o vazamento foi divulgado para a imprensa, Seidel disse à Agência Folha que o processo de enxugamento de funcionários, terceirização de serviços e "sucateamento" dos equipamentos têm provocado um índice constante de pequenos acidentes em várias refinarias de todo o país.

"Eles vão culpar um sujeito qualquer pelo acidente para dar uma satisfação, mas não vão querer discutir as verdadeiras causas, que passam por diversos problemas", afirmou Seidel, na ocasião.

Clique aqui para ler mais notícias sobre o vazamento de óleo no Paraná na Folha Online.

Leia mais notícias de cotidiano na Folha Online

Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página