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23/06/2002 - 09h17

Prêmio Criança dissemina modelos de ação

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TEREZA NOVAES
da Folha de S.Paulo

Quando subirem ao palco do Sesc Vila Mariana, em São Paulo, para receber o Prêmio Criança 2002, na quinta-feira, as quatro entidades vencedoras terão a possibilidade de realizar o sonho de todo profissional: ver seu trabalho difundido como modelo. O prêmio é concedido pela Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente.

A 13ª edição do Prêmio Criança, que começou a ser distribuído antes mesmo da formalização da Fundação Abrinq, em 1990, marca uma virada em sua concepção. Escolhidos entre 290 inscritos, os 16 projetos finalistas passaram por análises técnicas, e as quatro iniciativas ganhadoras serão sistematizadas e disseminadas. A premiação, antes anual, acontece agora de forma bienal. Um ponto não mudou: os laureados não recebem dinheiro.

"Para tornar o processo de seleção mais criterioso e trabalhar melhor com as iniciativas escolhidas, promovendo não apenas a imagem, a premiação passou a acontecer de dois em dois anos", diz Ana Maria Wilheim, coordenadora da premiação.

O Núcleo de Atenção à Criança e ao Adolescente, de Pelotas (RS), é uma das entidades que concorrem na categoria Violência Doméstica. Único na região, o núcleo funciona em uma garagem emprestada e neste ano já atendeu 52 famílias -durante todo o ano passado, foram 40.

"A indicação para o prêmio é a confirmação de que estamos no caminho certo. É um atestado de qualidade para quem trabalha na área de proteção dos direitos da criança e do adolescente. Além disso, a perspectiva de novos parceiros e de levar essa idéia para outros lugares seduz qualquer profissional que se propõe a trabalhar com a questão da violência", diz Gisele Scobernatti, idealizadora e coordenadora do núcleo.

Mortalidade

Um dos finalistas da categoria Convivência Familiar e Comunitária, o projeto Mais Vida para a Criança e o Adolescente atende cerca de 80 famílias da favela Citex, em João Pessoa (PB).

Com recursos provenientes de doações e ajuda de sete voluntários, que trabalham nas atividades pedagógicas, um grupo de religiosas conseguiu zerar a mortalidade infantil e colocar na escola todas as crianças da comunidade.

No futuro, o grupo pretende aperfeiçoar o trabalho, investindo na formação de educadoras que lidam com as crianças no programa de reforço escolar.

Outra iniciativa que concorre na categoria Convivência Familiar e Comunitária, a comunidade Lua Nova, em Araçoaiaba da Serra (a 177 km de São Paulo), atende jovens mães em situação de risco social, como prostituição, drogas ou mesmo falta de moradia.

Financiada pelo governo do Estado, por entidades estrangeiras e doações, a entidade tem capacidade para 50 pessoas e precisa de cerca de R$ 23 mil por mês para se manter. "A possibilidade de divulgar a idéia de que essas mães são capazes de criar os seus filhos é o mais importante", diz Raquel Barros, 36, diretora do projeto.

Capacitação

A divulgação dos projetos de Sebastião Rocha, que levou o prêmio em 1995, mudou a vida de muitas crianças carentes. O Sementinha - Escola Debaixo do Pé de Manga funciona há 18 anos, mostrando que é possível ensinar sem espaço físico, mas não sem educadores.

"Capacitamos pessoal para trabalhar com as crianças a partir do universo delas, a pauta da aprendizagem é o contexto em que elas vivem", conta Rocha. O treinamento tem 160 horas e forma equipes de educadores. O projeto já foi implantado em cidades do Vale do Jequitinhonha, em Santo André (na Grande São Paulo) e até em Moçambique.

Outra iniciativa de Rocha será apresentada na entrega do Prêmio Criança 2002. Parceria do grupo teatral Ponto de Partida e do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (tocado pelo educador), o espetáculo "Roda que Rola" traz o coral Meninos de Araçuaí, cidade do Vale do Jequitinhonha, e músicos mineiros executando músicas populares brasileiras e canções da região.
 

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